DEBAIXO DOS PANOS

Walter Delgatti: nova revelação sobre encontros ocultos entre hacker, militares e Bolsonaro

Ex-presidente é acusado de encomendar reuniões entre Delgatti e militares do Ministério da Defesa no âmbito de uma conspiração golpista contra o sistema eletrônico de votação

Detalhe sobre encontros de Delgatti e militares encomendados por Bolsonaro é revelado.Créditos: Marcos Oliveira/Agência Senado/Fernando Frazão/Agência Brasil
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O advogado de Walter Delgatti Neto, o "hacker de Araraquara" que está preso e que vem fazendo acusações graves contra Jair Bolsonaro, revelou nesta sexta-feira (25) um novo detalhe sobre as reuniões ocultas que seu cliente teria participado no Ministério da Defesa com militares de alto escalão

À Polícia Federal (PF) e à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, Delgatti afirmou que teria sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir o sistema das urnas eletrônicas e do judiciário com o objetivo de demonstrar uma suposta e pretensa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação para influenciar a eleição em prol de Jair Bolsonaro. 

Além disso, o hacker diz que o próprio Bolsonaro o pediu para que invadisse as urnas e o mandou ter reuniões com militares de alta patente para discutir o assunto. Delgatti revelou que esteve 5 vezes no Ministério da Defesa em 2022, que em todas as ocasiões entrou pela porta dos fundos, sob orientação dos militares, para que não fosse visto, e que está por trás do relatório emitido pela pasta questionando a segurança do sistema eletrônico de votação. 

Nova informação dada pelo advogado Ariovaldo Moreira à jornalista Andreia Sadi, do portal G1, obre a conspiração golpista, dá conta de que Delgatti, além de entrar pela porta dos fundos no Ministério da Defesa, teria ido ao local, em todas as ocasiões, utilizando um máscara para cobrir o rosto, sob orientação dos próprios militares - evidenciando o caráter clandestino dos encontros. 

As revelações de Walter Delgatti à CPMI dos Atos Golpistas

  • A promessa de indulto presidencial por parte de Jair Bolsonaro para que Delgatti tentasse invadir os sistemas de urnas eletrônicas;
  • Uma promessa de emprego da parte de Carla Zambelli (PL-SP) na campanha eleitoral de Bolsonaro;
  • A revelação de que o próprio Bolsonao lhe pediu um grampo sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e que o grampo foi feito;
  • A aparição de Duda Lima, marqueteiro de Bolsonaro, na cena do crime. Ele teria pedido a Delgatti um código-fonte fake das urnas para validar teorias conspiratórias de que as eleições não seriam seguras;
  • O relato de que teria orientado pessoas ligadas ao Ministério da Defesa de Bolsonaro na produção do famigerado ‘relatório’ sobre as urnas eletrônicas.