INACEITÁVEL

Pastor evangélico destila intolerância religiosa: "adoram um demônio"

Pr. Jack, da "Igreja Vintage", afirma que religiões afro, budismo e Islã são satânicas

Jack é o líder da Igreja Vintage, agremiação religiosa que promove "resgate da masculinidade"Créditos: Reprodução/Twitter
Escrito en POLÍTICA el

Em um vídeo que circula nas redes sociais, o pastor Jack, da Igreja Vintage, em Porto Alegre, afirma que o budismo, o Islã e as religiões afro-brasileiras são do "demônio".

Em um claro exemplo de uma fala que revela a intolerância religiosa, o evangélico afirma que religiões afro-brasileiras são satânicas. Ele também ataca o budismo, que não tem divindades, e o Islã, religião monoteísta que tem Jesus como um de seus profetas.

"Religiões afros são satânicas. Budismo: demoníaco. Islamismo: demoníaco. Entenda você que está aqui: os demônios sempre farão promessas para você. Os demônios fazem promessas. Primeiro, promessas de poder. Umbanda, batuque, é demônio. "Ah, mas isso é por questão racial... Não. Religiões afro são satânicas. Budismo: demoníaco. Islamismo: demoníaco. Adoram um demônio. Allah é um demônio. Oxum, Ogum é um demônio", afirma.

Além da completa falta de compreensão sobre outros sistemas religiosos, o pastor prega um discurso de ódio ao afirmar que essas religiões são satânicas.

Por fim, Jack pergunta aos seus fiéis se pode "voltar com as pregações dos anos 1990? Podemos, Vintage? Ou você tem medo ainda?".

O discurso intolerante de Jack foi criticado pelo psicólogo, pastor e Doutor em Ciências da Religião, Hermes Fernandes. "Jesus, a quem ele diz seguir, jamais atacou religião alguma. Pelo contrário, Ele foi capaz de enaltecer a fé de um centurião que provavelmente adorava os deuses do panteão romano. Nosso papel é pregar o amor de Deus revelado em Jesus, sem apontar o dedo para ninguém, sem condenar, nem atacar", afirma. Para ele, o pastor usa o púlpito "destilar todo seu ódio e preconceito contra as mais diversas tradições religiosas".

Veja o vídeo:

A Igreja Vintage utiliza bacon e cerveja, além de uma estética parecida com a de barbearias, para atrair homens para um discurso evangélico de resgate da "beleza da masculinidade".