Um dos 10 alvos de prisão da operação Festa da Selma, desencadeada nesta quarta-feira (17) pela Polícia Federal, o pastor Dirlei Paiz foi um dos líderes do movimento golpista em Blumenau, em Santa Catarina, onde recepcionou o filho de Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan Bolsonaro, no dia 28 de julho.
A recepção foi publicada nas redes sociais de Dirlei, que se apresenta como pastor da Comunidade Evangélica Cristo Vive.
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Candidato a vereador em 2020, Paiz liderou o movimento golpista na cidade catarinense e chegou a ocupar a tribuna da Câmara municipal "para esclarecer que as manifestações em frente ao 23º Batalhão de Infantaria, no Garcia, não estão atrapalhando o trânsito na região".
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Dirlei foi preso na manhã desta quarta na 14ª fase da operação Lesa Pátria, da PF, que mira supeitos de ter financiado e fomentado o movimento violento chamado "Festa da Selma" – um codinome usado pelos golpistas para se referir aos atos terroristas ocorridos no dia 8 de Janeiro.
Nas redes sociais, Dirlei segue com o discurso de ódio contra Lula e defende Jair Bolsonaro, para quem pediu Pix para pagamento de multas - o dinheiro, no entanto, teria sido investido no mercado financeiro, segundo relatório do Coaf.
Além de ataques a Lula e a membros do governo, como o ministro da Justiça Flávio Dino, e ministro do Supremo Tribunal Federal, o pastor também usa as redes sociais para vender produtos, como canecas, com mensagens de ódio contra a esquerda.
Lesa Pátria
A 14ª fase da operação Lesa Pátria tem o objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos golpistas de 8 de janeiro.
Ao todo, estão sendo cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, nos estados da Bahia, Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.
Os alvos desta fase são suspeitos de terem fomentado o movimento violento chamado de “Festa da Selma”, que era, em verdade, codinome previamente utilizado para se referir às invasões.
O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam, ainda, termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído.