ORCRIM BOLSONARISTA

Bolsonaro mandou empresário da Tecnisa propagar ataque contra urna eletrônica: "Repasse ao máximo"

Alexandre de Moraes arquivou investigação contra empresários bolsonaristas que tramavam golpe, mas manteve inquérito com Meyer Nigri, da Tecnisa, e Luciano Hang, o véio da Havan.

Bolsonaro abraça Meyer Nigri em encontro com empresários.Créditos: Reprodução/Twitter
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A investigação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas que participavam de um grupo golpista no WhatsApp pode ter encontrado a prova definitiva que liga Jair Bolsonaro (PL) na estrutura de disseminação de fake news que levou a tentativas de golpe no país.

Segundo informações divulgadas por Daniela Lima, da GloboNews, Bolsonaro teria dado ordem ao empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, para propagar uma mensagem com ataques a Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao sistema eleitoral.

"Repasse ao máximo", destaca Bolsonaro, em caixa alta. O perfil usado pelo ex-presidente foi identificado como PR8.

De acordo com a jornalista, na mensagem Bolsonaro ataca declaração de Barroso, de que o "processo eleitoral como algo seguro e confiável" e trata a defesa do voto eletrônico como "interferência".

Na mesma mensagem, Bolsonaro também teria divulgada uma fake news sobre instituto de pesquisa que teria inflado a votação de Lula.

Nigri prontamente responde: "Já repassei para vários grupos!". E ao se despedir de Bolsonaro envia "abraços de Veneza".

Arquivamento

Na última sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento da investigação que tinha como foco o grupo de WhatsApp dos empresários bolsonaristas tratando da possibilidade de um golpe de Estado.

O ministro, no entanto, manteve a investigação contra Meyer Nigri e Luciano Hang, o véio da Havan.

O arquivamento alcança os empresários José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Sierra), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Barreira (Grupo Coco Bambu).

Segundo o ministro, “não foi encontrada nenhuma prova robusta” contra eles.