ROBERTO FREIRE

VÍDEO: ocaso de Roberto Freire é marcado por xingamentos e gritos em reunião do Cidadania

Grupo majoritário do partido quer afastar Freire, que apoiou golpe contra Dilma e foi ministro de Temer, e aderir a Lula

Roberto Freire.Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado
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Reunião da Executiva Nacional do Cidadania (ex-Partido Popular Socialista, PPS) neste sábado (19), foi marcada por uma saraivada de baixarias, xingamentos, acusações e gritos. A disputa é travada entre o grupo de Roberto Freire, que está no comando do partido há 31 anos, e o do secretário-geral do Cidadania, Regis Cavalcante, que pretende aderir ao governo Lula.

O encontro terminou com a vitória de um grupo de 13 dirigentes que tentam trocar o comando da sigla pela primeira vez, desde 1992.

A mudança pode ocorrer se for cumprida resolução aprovada neste sábado, por 13 votos a 10, para que o Diretório Nacional da sigla decida no dia 9 de setembro sobre a eleição de uma nova Executiva Nacional. Freire não pode se reeleger por uma mudança recente no estatuto.

Apoio a Lula

Neste ano, o Diretório Nacional do Cidadania aprovou o apoio ao governo Lula, mas a bancada de cinco deputados federais anunciou independência desde então. Esse grupo quer levar o partido a se alinhar ao bolsonarismo e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que controla os deputados por meio de liberação de verbas.

Segundo comentário do escritor e mestre em geopolítica, Vinícius Betiol, “Freire é visto como um 'dinossauro' dentro do Cidadania, servindo como uma barreira reacionária que impede os membros partidários de seguirem a tendência histórica de esquerda. O ex-deputado votou a favor do golpe contra a Dilma e foi ministro do Temer. Já vai tarde!”

Freire afirmou durante a reunião, que a eleição antecipada de uma nova Executiva seria uma tentativa de expulsá-lo da sigla. Ele à Coluna do Estadão que querem retirá-lo para “aderir ao governo Lula”.

“O que pretendem é me expulsar do partido. Querem me tirar, porque querem aderir ao governo Lula. Não vou reconhecer essa reunião do dia 9 de setembro como legítima”, afirmou Freire.

No vídeo, Freire manda um dirigente “calar a boca” e, aos gritos, afirma, num ato falho, que querem tirá-lo da “presidência da República”.

A reunião prossegue com trocas de acusações e ofensas como “caudilho”. O ex-deputado federal Daniel Coelho saiu em defesa de Freire e chamou um dirigente de “picareta” e “vagabundo”.

Partido paralisado

O secretário-geral do Cidadania, Regis Cavalcante, diz que o partido está paralisado pelas atitudes de Freire.

“O partido está praticamente paralisado, porque as decisões da Executiva e do Diretório Nacional não são colocadas em prática, principalmente por conta das dificuldades com o presidente. Não queremos expulsá-lo, mas o partido deixou de ter vida coletiva”, afirmou Cavalcante à Coluna do Estadão.

Nonato Bandeira, dirigente do Cidadania na Paraíba, acusou Freire de ter destruído o partido e disse que, pela falta de compostura, ele perdeu as condições de liderar a sigla. “Tenha compostura de presidente. Você perdeu a compostura e quem perde a compostura não tem condições de liderar”, afirmou Bandeira a Freire.

Veja o vídeo abaixo: