O professor e pesquisador Márcio Pochmann é o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cerimônia de posse foi realizada na sede do Ministério do Planejamento e Orçamento, órgão ao qual o Instituto é subordinado, em Brasília, (DF), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Simone Tebet.
Pelas redes sociais, o presidente Lula registrou o evento.
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Desejo um bom trabalho ao Marcio Pochmann e todos os profissionais deste instituto tão importante para o Brasil conhecer a si mesmo.
IBGE no combate às desigualdades
Durante seu discurso de posse, Pochmann delineou os principais desafios que enfrentará à frente do IBGE, com ênfase no combate às desigualdades e na promoção do desenvolvimento econômico. Ele afirmou estar preparado para contribuir com essas importantes tarefas. Segundo ele, durante sua gestão, o Instituto conduzirá todo o trabalho com a máxima precisão científica dos dados, os quais serão utilizados para diagnosticar problemas e elaborar políticas públicas.
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O IBGE é um reflexo da sociedade brasileira - revela quem somos, quantos somos e como vivemos. É uma espécie de guia para o país, capaz de mapear trajetórias e apontar soluções.
Pochmann também se comprometeu a "reabilitar a instituição" após o que ele considera um período de turbulência nos anos recentes. Ele ressaltou que ao longo da gestão de Jair Bolsonaro, o IBGE foi precarizado e, apesar de terem sofrido com rebaixamentos salariais, os servidores da instituição adotaram uma “ação de resistência destemida e valorosa”. Segundo ele, “a marcha da insensatez degradante que se abateu sobre o país em todas as dimensões da governança foi interrompida” e o IBGE voltou a ser valorizado.
O novo presidente do IBGE destacou ainda que os resultados entregues pelo instituto são orientadores das políticas públicas que o Brasil precisa. Para ele, o instituto tem uma dupla função estratégica: de espelho reflexivo da nação e de bússola de movimento capaz de monitorar as trajetórias.
Ao decompor o campo do exercício da cidadania, por intermédio de radiografias nacionais, setoriais, regionais, locais, coletivas e individuais, o IBGE contribui para moldar o universo dos horizontes e expectativas do conjunto dos brasileiros. E é por isso que o Brasil precisa avançar mais rapidamente”, disse, citando a rápida transformação digital e demográfica da sociedade brasileira.
“Desemprego, pobreza, fome, degradação ambiental, pandemias e todas as formas de desigualdade e discriminação são problemas que demandam respostas socialmente responsáveis. Essa tarefa só é possível com o estado indutor de políticas públicas”, acrescentou.
A escolha de Lula
No dia 1º de agosto, durante o programa "Conversa com o Presidente", Lula explicou que a escolha de Marcio Pochmann para o cargo se deve ao histórico acadêmico do economista. "Ele é um dos grandes intelectuais deste país, extremamente capacitado. Confio em sua capacidade intelectual, ele é um pesquisador habilidoso", afirmou o ex-presidente na ocasião.
Lula enfatizou ainda o compromisso do IBGE enquanto instituto de pesquisa com autonomia, rejeitando qualquer possibilidade de manipulação de dados para favorecer ou desfavorecer o Governo Federal.
Quanto mais precisos forem os números, melhor para quem governa. Queremos os dados como são e como foram coletados, de maneira clara e que reflitam a realidade.
Durante a cerimônia, a ministra Tebet elogiou a trajetória de Pochmann e reforçou a credibilidade do IBGE. "Acreditamos na credibilidade, na competência e no comprometimento que o IBGE e seus servidores têm com o Brasil", enfatizou.
Aqui no Ministério do Planejamento e Orçamento, assim como em todos os ministérios deste governo, não existem dois caminhos. Caminhamos juntos com o mesmo objetivo de incluir os mais pobres no orçamento, erradicar a pobreza, reduzir a desigualdade e, acima de tudo, garantir cidadania e dignidade ao povo brasileiro.
O IBGE é uma das principais fontes de estatísticas oficiais do Brasil, fornecendo indicadores econômicos, demográficos e sociais que servem como base para a elaboração de políticas públicas. O Instituto é responsável pelo Censo Demográfico, uma ferramenta fundamental para coletar dados sobre a população brasileira. Além disso, realiza pesquisas como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, e o Produto Interno Bruto (PIB).
Histórico profissional
Marcio Pochmann, formado em pesquisa pela Universidade de Campinas (Unicamp) e outras instituições públicas, é professor e possui uma carreira de estudos em economia social, desigualdade, mercado de trabalho e desenvolvimento.
No ano passado, ele fez parte do Gabinete de Transição Governamental, integrando o grupo de trabalho sobre Planejamento, Orçamento e Gestão. Entre 2012 e 2020, Pochmann foi presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA). Anteriormente, liderou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2006 a 2012.
Censo demográfico
O IBGE é subordinado ao Ministério do Planejamento e Orçamento. Pochmann substitui Cimar Azeredo, funcionário de carreira e ex-diretor de Pesquisas do instituto que ficou de forma interina na presidência do IBGE desde o início do ano.
Nos quase oito meses à frente da instituição, Azeredo enfrentou desafios como a conclusão do Censo de 2022, prejudicado após sucessivos adiamentos e dificuldades de orçamento. Em discurso, ele citou os resultados da pesquisa e afirmou que o IBGE entregou um censo com qualidade comprovada e feito rigorosamente dentro da lei.
Cimar Azeredo cobrou ainda a recomposição do quadro de servidores do instituto e um novo plano de reestruturação de carreira. Segundo o ex-presidente, o IBGE vem sendo reduzido, “ano após ano, de forma preocupante”. Para ele, a instituição precisa ser forte e isenta de interferências políticas.
Sabemos que o sistema estatístico nacional tem como objetivo melhorar a qualidade e atualidade e a relevância de seu serviço ao governo e à sociedade. Ele também tem como objetivo melhorar a confiança pública nas estatísticas oficiais, demonstrando que são produzidas dentro dos melhores padrões e isentas de interferência política.