O depoimento do hacker Walter Delgatti à CPMI do 8 de Janeiro nesta quarta-feira (17), em Brasília, caiu como uma bomba nuclear no meio político e a grande devastação ocorreu no campo bolsonarista. Segundo o depoente, de forma direta, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o pediu que forjasse uma fraude numa das urnas utilizadas pelo TSE nas eleições brasileiras para “provar”, falsamente, que o sistema não seria confiável e limpo.
Para piorar ainda mais a situação do ex-mandatário de extrema direita, que já é acusado de chefiar um esquema de desvio de joias e relógios pertencentes à União para vendê-las no exterior, ele ainda citou o suposto envolvimento do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e do então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, além de outros militares de alta patente e figuras políticas de grande quilate do entorno presidencial. Tudo isso, de acordo com Delgatti, com a promessa de um indulto e de “prender o juiz” que prendê-lo.
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Diante da repercussão calcinante do depoimento de Delgatti, e já completamente chamuscado, para não dizer incinerado, devido às investigações da Polícia Federal que o colocam no centro e no comando de uma organização criminosa que espoliava o patrimônio público, Jair Bolsonaro, por meio de seus advogados, anunciou no meio desta tarde (17) a primeira medida contra o chamado ‘hacker de Araraquara’.
Na avaliação dos defensores, diante do pânico em que se encontra o ex-presidente, que vê sua imagem moralista ruir e tem medo de ir parar na cadeia, a melhor ação no momento é apresentar uma queixa-crime contra Delgatti, processando-o por calúnia e difamação, sob o argumento de que suas palavras não encontrariam respaldo na realidade e presumindo que o hacker não teria provas do que diz.