SETE DE SETEMBRO

O Sete de Setembro de Lula e o fim da patriotada golpista de Bolsonaro

Comemorações dão o tom das mudanças no país, com inflação e desemprego em queda e Lula com índices de aprovação em alta

Lula no dia da posse.Créditos: Agência Brasil
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Os preparativos para as comemorações do feriado de Sete de Setembro serão um dos grandes indícios de que o país, com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retoma de vez sua normalidade.

Ao contrário do que ocorreu durante o governo de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula fará uma festa mais enxuta.

Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, no Globo, a organização do evento, que está sob a responsabilidade da Secom, terá o retorno dos protocolos tradicionais dos desfiles em Brasília, de acordo um uma pessoa ligada aos preparativos.

O secretário de Comunicação Social Paulo Pimenta teve uma primeira reunião com o ministro José Múcio Monteiro e com os comandantes das Forças Armadas sobre o assunto. 

O evento será na Esplanada dos Ministérios e Lula estará lá. Os convidados serão apenas os integrantes do seu ministério. A festa terá o tradicional desfile militar, exibição da Esquadrilha da Fumaça e marcha de militares.

Como novidade, é quase certo que Lula fará um pronunciamento à Nação em cadeia nacional de rádio e TV.

Patriotada golpista

Em outros momentos, Bolsonaro usou a data para fazer pronunciamentos golpistas.

Em 2021, na avenida Paulista, em São Paulo, ele chegou a chamar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de "canalha" (""Sai, Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha! Deixe de oprimir o povo brasileiro").

Já em 2022, Bolsonaro mais uma vez fez um evento em outro local, desta vez na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, também com um discurso intimidatório contra as instituições.

Aprovação

As comemorações do próximo Sete de Setembro serão mais um indício de que o Brasil mudou, tanto política quanto economicamente. E a mudança tem sido sentida pela população. Nova pesquisa da série Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), mostra que Lula é aprovado por 60% do eleitorado, um crescimento de quatro pontos percentuais. A desaprovação, por outro lado, recuou de 40% para 35% no mesmo período.

Este é o melhor momento de Lula desde o início do seu governo. A distância entre os que aprovam e desaprovam aumentou significativamente, passando de 16 pontos em junho para 25 este mês.

Cenário econômico

E as razões para aprovação são várias. A taxa de desemprego, por exemplo, recuou para 8% no segundo trimestre do ano, em relação ao primeiro, de acordo com números que integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados nesta terça-feira (15), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este é o menor nível para o período desde 2014, segundo dados divulgados pelo instituto já no final de julho.

Inflação dos alimentos

Além disso, o preço dos alimentos não registra alta há dois meses. Em junho, recuou 0,46% e em julho, 0,66%.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última sexta-feira (11), o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que calcula a inflação no país, foi de 0,12% em julho. Não foi maior justamente porque o preço da alimentação segurou a alta generalizada.