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Michelle Bolsonaro: PF pede ao STF quebra de sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama

A esposa do ex-presidente também deve ser convocada para prestar depoimento à Polícia Federal

Michelle Bolsonaro: PF pede ao STF quebra de sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-damaCréditos: Reprodução/PL Mulher
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A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para a quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no contexto do inquérito que investiga desvio de presentes de alto valor oferecidos por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de Michelle Bolsonaro, o ex-presidente também foi alvo do pedido, conforme informações reveladas pela PF na última sexta-feira (13), quando a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão contra o pai de Mauro de Cid e outros amigos de Jair Bolsonaro.

Os pedidos de quebra de sigilos fiscais e bancários de Michelle Bolsonaro e do ex-presidente já estão nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que decidirá se autoriza ou não.

Michelle Bolsonaro deve depor à PF

A Polícia Federal irá intimar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a prestar seu depoimento no âmbito das investigações acerca do esquema de apropriação irregular de joias e pedras preciosas presenteadas à República e sua posterior revenda comandada por aliados e assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para Michelle ser intimada, só falta o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e relator do processo, autorizar o pedido da PF para contactar a ex-primeira-dama. Dada o histórico recente do magistrado, não é difícil que conceda o pedido.

O nome de Michelle virou consenso entre os investigadores da PF após ela ser citada em conversas interceptadas trocadas entre o tenente-coronel Mauro Cid e outros auxiliares de Bolsonaro. Na conversa em questão, os militares lembram de Michelle por conta de um “presente que teria sumido”.

“O que já foi, já foi. Mas se esse aqui [Kir Ouro Rosé] tiver ainda, a gente faz certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a Dona Michelle; então pra não ter problema…”

Câmara se refere a um episódio em que Michelle teria esquecido em Londres uma caixa com joias doada à Presidência da República que seria apropriada de forma irregular pela quadrilha cívico-militar do ex-presidente que Alexandre de Moraes agora revela o funcionamento e os nomes que a compõe para o Brasil.

Em setembro de 2022, Michelle e Jair foram à Londres para comparecerem ao funeral da Rainha Elizabeth II. Além da presença do casal ter gerado conflitos entre bolsonaristas residentes no país e súditos da Família Real Britânica, que reclamaram da algazarra brasileira naquele momento de luto, ela também teria esquecido uma caixa de joias recebidas durante a viagem. As joias ficaram debaixo da cama de Fred Arruda, o embaixador do Brasil em Londres, que hospedou o casal presidencial.

Além desse episódio, a PF ainda aponta que o irmão de Michelle teria intermediado a venda de dois presentes apropriados por Bolsonaro: um barco de ouro e diamantes e uma árvore de ouro levadas por Cristiano Piquet ao pai de Mauro Cid, o general Mauro Laurena Cid. A transação ocorreu em Miami, na Flórida, e as joias logo foram encaminhadas para o catálogo de uma loja do ramo nos EUA.