ROGÉRIO CORREIA

Rogério Correia pede retenção de passaporte de Bolsonaro por joias roubadas

Parte dos presentes oficiais foram extraviados no mesmo voo que transportou Bolsonaro aos EUA no final de dezembro, poucos dias antes do término de seu mandato

Bolsonaro desembarca.Créditos: Alan Santos/PR
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O deputado federal Rogério Correia (PT) afirmou em sua conta do Twitter na manhã desta sexta-feira (11), que entrou com requerimento à CPMI dos atos golpistas com cópia ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a retenção do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Correia, que é titular da CPMI, afirma que o pedido se justifica “após a denúncia do uso do avião presidencial, utilizado na fuga para os EUA, para levar as joias roubadas do acervo do ESTADO BRASILEIRO”.

Entenda o caso

A PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão em Brasília, Niterói e São Paulo na manhã desta sexta-feira (11) na Operação Lucas 12:2, um desdobramento das investigações em torno do inquérito que envolve o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência da República, o tenente-coronel Mauro Cid.

O nome da operação é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.

O inquérito revela que Mauro Barbosa Cid, e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, levaram os objetos a lojas especializadas, com o objetivo de avaliar e tentar vender os itens.

Para realizar esse processo, eles teriam contado com a colaboração de mais dois assessores de Bolsonaro: Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara. Além deles, o esquema teria contado também com a participação do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef. Ele teria, segundo a investigação, um papel central na organização criminosa que vendia joias recebidas por Bolsonaro durante visitas oficiais a países árabes nos EUA. 

Patrimônio pessoal

De acordo com a investigação, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

A investigação da PF também indica que os recursos provenientes dessas vendas potenciais seriam incorporados ao patrimônio do então presidente Jair Bolsonaro. Contudo, as vendas não se concretizaram devido ao "baixo valor patrimonial" das esculturas, conforme indicado no relatório.

"Como se vê, as investigações apontam que as esculturas foram evadidas do Brasil para os Estados Unidos da América, em uma mala transportada no avião presidencial, no dia 30/12/2022", diz trecho do inquérito. 

Conforme apontado pelos investigadores, pelo menos 2 conjuntos de joias e esculturas foram transportados no avião presidencial juntamente com Bolsonaro. No entanto, o documento não esclarece se o então presidente tinha conhecimento desses itens:

  • Um conjunto contendo duas esculturas representando um barco e uma palmeira, que foram recebidas em novembro de 2021 durante a viagem de Bolsonaro ao Bahrein;
  • Um dos conjuntos de joias da marca Chopard, presente oficial oferecido pela Arábia Saudita a Bolsonaro. Esse conjunto era composto por uma caneta, anel, abotoadura, rosário árabe e um relógio.