PROSELITISMO

Bolsonaro, que recebeu R$ 17 milhões por Pix, doa R$ 100 mil a esposa de PM da Rota assassinado

Ex-presidente teria recebido dinheiro de apoiadores para pagar multas - incluindo as que devem ser anistiadas por Tarcísio de Freitas. Porém, Bolsonaro investiu no mercado financeiro.

Jair Bolsonaro.Créditos: Isac Nóbrega/PR
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Dias depois vir à tona um relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) que mostra o recebimento de r4 17 milhões via Pix, Jair Bolsonaro (PL) usou o dinheiro que teria recebido de apoiadores para fazer proselitismo.

Segundo Lauro Jardim, no jornal O Globo, o ex-presidente teria doado R$ 100 mil para a viúva de Patrick Bastos Reis, o soldado da Rota assassinado na operação na Baixada Santista no dia 27 de julho.

Bolsonaro teria feito duas transferências na segunda e terça-feira, 7 e 8 de agosto, após conversas com a mulher.

A maior parte do dinheiro recebido via Pix, supostamente para pagamentos de multas - entre elas cerca de R$ 1 milhão por não usar máscaras durante a pandemia em São Paulo, em vias de ser anistiado por Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) -, Bolsonaro investiu no mercado financeiro.

De acordo com o Coaf, Bolsonaro optou por investir em títulos como Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB). 

Os milhões que foram depositados na conta de Bolsonaro vieram de 769 mil transações realizadas via Pix ao longo deste ano, até o dia 4 de julho. No total, o ex-presidente movimentou quase R$ 18,5 milhões.

O Coaf classificou essa movimentação como "atípica" e sugeriu que poderia estar relacionada a doações provenientes de uma campanha organizada por apoiadores nas redes sociais. 

Em 29 de junho, Bolsonaro afirmou que já havia arrecadado recursos suficientes para pagar as multas impostas e também eventuais novas punições, mas não divulgou publicamente os valores arrecadados na campanha.

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