Em meio à disputa eleitoral de 2022 e a perspectiva de derrota do pai, Jair, na disputa à presidência, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) viajou em "missão oficial" à Argentina, com o apoio do Itamaraty, e contratou com recursos da campanha o marqueteiro Fernando Cerimedo, que criou uma fake news no dia 4 de novembro, após a vitória de Lula, sobre um "dossiê" com informações mentirosas sobre as urnas eletrônicas.
Segundo investigação "Mercenários Digitais", que reúne veículos de mídia para rastrear a indústria das fake news na América Latina, Eduardo Bolsonaro relatou à Comissão de Relações Exteriores da Câmara que viajaria em missão "muito urgente" à Buenos Aires para "participar do Ciclo de Atividades para a Difusão das Ideias de Liberdade, entre 12 e 15 de outubro".
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A Câmara, por meio da Secretaria de Relações Internacionais) notificou o Itamaraty, por meio da Embaixada na Argentina, para "prestar o apoio possível" a Eduardo e dois seguranças, Renan Ornelas Mota e Renato Araújo de Souza.
No entanto, o filho de Jair Bolsonaro viajou acompanhado de Giovani Larosa, correspondente no Brasil do site de extrema-direita La Derecha Diário, de propriedade de Fernando Cerimedo, com quem Eduardo se encontrou na Argentina.
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Segundo reportagem de Juliana Dal Piva no portal Uol, Durante a viagem, Eduardo gravou vídeos para a campanha do pai com o apoio de Ceridemo.
Na prestação de contas da campanha, o filho de Bolsonaro lista ao menos um pagamento, no valor de R$ 3,9 mil a Giovani Larosa, jornalista do grupo de Ceridemo no Brasil, com quem viajou à Argentina. A contratação se deu por "divulgação de propaganda eleitoral e apoio à campanha do contratante".
Após a derrota de Bolsonaro, os perfis do La Derecha Brasil no Twitter, Instagram e Telegram foram suspensos após a divulgação de um vídeo em que Cerimedo incita bolsonaristas com uma fake news sobre fraude nas urnas nas eleições.
Com o título "O Brasil foi roubado", o vídeo fou usado por políticos bolsonaristas e viralizou nas redes ligadas ao ex-presidente, incitando os apoiadores radicais a montarem acampamentos e contestarem os resultados das urnas, que teve seu ápice nos atos golpistas de 8 de Janeiro.