Com concessões em risco por veículação sistemática de conteúdos que atentaram contra o regime democrático, a Jovem Pan destinou mais de uma hora de sua programação nesta segunda-feira (3) para que Jair Bolsonaro (PL) falasse abertamente de diversos temas e mentisse descaradamente sobre os atos terroristas de 8 de janeiro, realizado por apoiadores seus que pediam um golpe de Estado.
Na entrevista ao programa Pânico, Bolsonaro distorceu uma declaração do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e mentiu dizendo que "o meu pessoal" não participou dos atos que depredaram as sedes do Congresso, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.
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"Esse pessoal do 8 de janeiro, quem fez aquele quebra-quebra não foi o nosso pessoal. O próprio ministro da Defesa, o senhor José Múcio, falou que não houve uma figura central no 8 de janeiro e quem fez a baderna, o quebra-quebra não foi aquele pessoal que estava acampado. Palavras do próprio ministro da Defesa, José Múcio", disse Bolsonaro.
O ex-presidente, no entanto, distorceu uma fala controversa em que Múcio defende que nos atos terroristas "não tinha um militar da ativa" e, apesar de dizer que não havia uma figura central, o ministro afirmou que "foram agricultores aqui do Centro-Oeste que financiaram, foram donos de ônibus".
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As investigações da Polícia Federal (PF), no entanto, mostram tanto a particiação de militares da ativa no planejamento das ações - como na troca de mensagens entre o tenente coronel Mauro Cid e o coronel Jean Lawand Jr, então subchefe do Estado Maior do Exército. Além disso, a PF prendeu o sargento do exército Luis Marcos Dos Reis, que esteve nos atos golpistas.
A entrevista serviu para Bolsonaro tentar emplacar a narrativa que seus apoiadores tentam impor na CPMI dos Atos Golpistas.
"E a dificuldade que o pessoal está tendo no parlamento, o nosso pessoal, né, que passou a ser minoria na CPI, apesar de ser um instrumento da minoria e a maioria do governo está tomando conta, eles estão tendo dificuldade. Tivemos muita sorte quando houve aquela divulgação das imagens do general G. Dias, de forma pacífica, passeando entre... no meio daqueles que estavam depredando prédios públicos. E uma imagem também daquele fotógrado da Reuters chutando uma porta que estava aberta", emendou Bolsonaro na entrevista.
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