DESDOBRAMENTO

Carlos Bolsonaro se pronuncia sobre caso Marielle após delação de Élcio Queiroz

Vereador se manifesta pelo fato do seu nome ter vindo à tona em meio ao avanço das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco

Carlos Bolsonaro se pronuncia sobre caso Marielle.Créditos: Câmara Municipal do Rio de Janeiro/Divulgação
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O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) resolveu se pronunciar após ver seu nome em voga diante dos novos desdobramentos da investigação sobre o assassinato de Marielle Franco. Nesta segunda-feira (24), a Polícia Federal (PF) deflagrou operação que resultou na prisão do ex-bombeiro Maxwell Corrêa, acusado de participar da trama criminosa em 2018. 

A ação da PF foi deflagrada após delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz. Ele confirmou sua participação no assassinato de Marielle, assim como reforçou que foi o também ex-policial Ronnie Lessa quem efetuou os disparos. Ambos estão presos desde 2019. 

Diante do avanço das investigações e questionamentos sobre quem mandou matar a ex-vereadora e a motivação para o crime, passou a circular nas redes sociais uma foto em que Carlos Bolsonaro aparece com uma arma e um buquê de flores, com um texto indicando que o vereador teria postado a imagem logo após a morte de Marielle. 

A foto, entretanto, foi tirada e publicada por Carluxo, como é conhecido o filho de Jair Bolsonaro, em 2016 - ou seja, dois anos antes do crime. O vereador, então, resolveu se pronunciar compartilhando o print de uma notícia desmentindo a fake news de que teria celebrado o assassinato de Marielle. 

"Não é sobre quem faz, mesmo que acusem sem comprovar nada há anos. Trata-se apenas de um instrumento de aniquilação de quem é seu adversário utilizando instrumentos 'legais' para concluir o desejado. Mesmo que já existam instrumentos previstos em lei para punição de quem calunia ou difama, o único intuito é calar sua voz! A isso chamamos de ditadura e relativismo. É tudo pela democracia, pode confiar!", escreveu Carluxo. 

Confira

Reprodução/Twitter

Flávio Dino: assassinato de Marielle está próximo de ser elucidado

O ministro da Justiça, Flávio Dino, realizou na manhã desta segunda-feira (24) coletiva de imprensa para tratar da Operação Élpis, que resultou em sete mandados de busca e apreensão e na prisão do ex-Bombeiro Maxwell Corrêa, também conhecido pela alcunha Suel, como parte da investigação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018.  

Durante a coletiva, Flávio Dino revelou que um acordo de delação premiada foi feito com Élcio Queiroz, que confirmou a participação no assassinato de Marielle Franco e apontou a participação de Ronnie Lessa e Maxwell na execução da vereadora Marielle Franco.

"O que ocorreu hoje? Nós tivemos uma delação premiada do senhor Élcio Queiroz. Como todas senhoras e senhores sabem, há alguns anos essa investigação gira em torno desses dois personagens: o Ronnie Lessa e o Elcio Queiroz", declarou o ministro.

Dino também revelou que a "delação foi homologada judicialmente e essa delação que resultou na operação de hoje no Rio de Janeiro. Nessa delação, o senhor Elcio revelou a participação de um terceiro indivíduo, que é exatamente o senhor Maxwell e confirmou a participação dele próprio e do Ronnie Lessa".

Nova etapa investigativa

Com a realização da operação desta segunda-feira (24), o ministro Flavio Dino declarou que uma primeira etapa de investigação sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes está concluída.

"Com isso, nós temos, sob a ótica da Polícia Federal e dos demais participantes da investigação, a conclusão e o fechamento de uma parte da investigação com a confirmação de tudo o que aconteceu na execução do crime. Certos detalhes, certos aspectos da investigação, sobre os quais pairavam dúvidas, a partir da delação do senhor Elcio, essas dúvidas se acham removidas", afirmou o ministro.

No entanto, o ministro Flávio Dino ressaltou que a investigação como um todo não está concluída, mas agora "há um avanço, uma espécie de mudança de patamar da investigação".

O ministro ressaltou que, a partir da delação premiada de Elcio Queiroz e das buscas de hoje, haverá desdobramento e novas diligências da Polícia Federal nas próximas semanas.