DANOS MORAIS

Carla Zambelli perde processo contra Globo, Andréia Sadi, Octavio Guedes e delegado Saraiva

Delegado a chamou de "bandida" e "marginal"; sentença do juiz Manuel Eduardo Barros é uma pérola; veja trechos aqui

Carla Zambelli em "situação vexatória", segundo o juiz.Créditos: Reprodução de Vídeo
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) perdeu o processo por danos morais que movia contra a Globo, os jornalistas Andréia Sadi, Octavio Guedes, Marcelo Lins e Daniel Rocha e também o delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva.

O processo foi por conta de uma entrevista realizada em 14 de junho de 2022, em que Saraiva acusava a deputada de apoiar atividades ilegais na Amazônia. Na ocasião, ele se referiu a ela com termos como "bandida" e "marginal".

Além de Zambelli, Saraiva listou Zequinha Marinho (Podemos-PA), Telmário Mota (Solidariedade-RR), Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Jorginho Mello (PL-SC) como políticos que supostamente apoiavam o garimpo ilegal.

"Temos uma bancada do crime, na minha opinião, uma bancada de marginais. Para mim, são bandidos, até pela forma como se comportaram quando eu fui convidado para ir a uma audiência", afirmou o delegado.

Indenização

Zambelli pedia uma indenização de R$ 100 mil por danos morais. Além de reclamar dos ataques do delegado, ela afirmou na ação que os jornalistas que estavam no programa não a defenderam das acusações feitas por ele.

O juiz Manuel Eduardo Barros negou a solicitação, citando a liberdade de imprensa. O magistrado afirmou que repórteres ou apresentadores apenas fazem perguntas, e não podem imaginar ou adivinhar o que entrevistados vão dizer. Na sua visão, seria desonesto responsabilizá-los por algo que não fizeram.

Deputada que se expõe a situações vexatórias

Com relação ao delegado, a Justiça decidiu não o responsabilizar pelas suas falas na GloboNews. O juiz afirma que ele só proferiu críticas sobre o comportamento de Carla Zambelli em uma audiência pública. Além disso, em sua sentença, o magistrado critica Carla, que segundo ele, se coloca frequentemente em situações vergonhosas.

"A mera utilização de expressões tais quais as utilizadas pelo réu não são suficientes para afrontar a honra e integridade moral de quem ocupa um cargo público e, a todo tempo, se expõe a situações controversas, senão vexatórias, tal qual a perseguição armada a um homem em São Paulo", conclui.

Saraiva comemorou a vitória em suas redes sociais. Veja abaixo: