O bolsonarista Roberto Mantovani Filho, que foi um dos três agressores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no aeroporto de Roma, já irá responder a processos pelas condutas e pode inclusive perder o emprego, mas isso não é tudo. Ele também é filiado ao PSD e a legenda sinaliza que pode expulsá-lo.
À coluna de Roseann Kennedy, no Estadão, o partido diz repudiar o ato do filiado “independentemente da condição da filiação partidária”. À mesma coluna, Mantovani disse que não se lembrava se era filiado ou não ao partido. No entanto, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, ele está filiado.
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“Caso confirmada a filiação ao partido, acionaremos a Comissão de Ética da legenda para que sejam tomadas as medidas punitivas cabíveis, que devem culminar com sua expulsão”, diz o PSD.
Roberto Mantovani Filho é um conhecido empresário bolsonarista da região de Santa Barbara d’Oeste, no interior de São Paulo. Em 2004 candidatou-se à prefeitura da cidade, pelo PL, mas não venceu. À época, o PL que hoje abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro, de extrema-direita, estava coligado ao PT na disputa pela prefeitura. Mantovani atualmente está no PSD.
Um dos principais expoentes do partido é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Ele recentemente usou as redes sociais para repudiar as agressões a Moraes. “Atos de hostilidade como os que sofreram o ministro Alexandre de Moraes e sua família são inaceitáveis. A eles, minha solidariedade”, escreveu.
As agressões
Moraes estava ao lado do seu filho no aeroporto de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14), quando foi hostilizado por três bolsonaristas. “Bandido, comunista comprado”, disseram os agressores que agora estão devidamente identificados pela Polícia Federal (PF).
Os xingamentos foram proferidos por uma mulher chamada Andreia. Em seguida, um homem identificado pela PF como Roberto Mantovani Filho chegou a agredir o filho do ministro com um tapa. O rapaz teria tentado intervir nas agressões ao pai. Logo depois, um terceiro bolsonarista identificado como Alex Zanatta se juntou a Andreia e Roberto nos xingamentos ao magistrado. Andreia é esposa de Mantovani e Zanatta é seu genro.
Moraes voltava de Siena, onde ministrou uma palestra na universidade daquela cidade. Eles não estavam no mesmo voo e o encontro ocorreu no saguão do aeroporto. Moraes tomou um avião para outro lugar da Europa e os bolsonaristas estavam retornando para São Paulo.
Após desembarcarem no aeroporto de Guarulhos os três foram identificados pela PF e responderão em liberdade a um inquérito por crimes contra a honra e ameaça contra Moraes. De acordo com informações do jornal O Globo, Flávio Dino e Moraes já conversaram sobre o episódio. Além disso, mesmo tendo as agressões ocorrido no exterior, os bolsonaristas podem ser responsabilizados no Brasil.