VICE-PRESIDENTE

Alckmin condena ataque de bolsonaristas a Alexandre de Moraes

Magistrado estava ao lado do seu filho no aeroporto de Roma, na Itália, quando foi hostilizado por três bolsonaristas

Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República.Créditos: Valter Campanato / Agência Brasil
Escrito en POLÍTICA el

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) usou as redes sociais neste domingo (16) para condenar os ataques sofridos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no aeroporto de Roma, na Itália. O presidente em exercício - uma vez que Lula (PT) está na Bélgica - classificou os ataques como "inadmissíveis" e declarou que o ódio não deve ter mais lugar em um Brasil que escolheu a democracia.

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“Inadmissíveis as agressões ocorridas contra o ministro Alexandre de Moraes. Manifesto toda minha solidariedade ao ministro e a sua família, e repudio a forma desrespeitosa e agressiva dos atos perpetrados. O Brasil votou pela democracia. O clima de ódio e desrespeito provocados por alguns não pode continuar”, escreveu.

Moraes estava ao lado do seu filho no aeroporto de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14), quando foi hostilizado por três bolsonaristas. “Bandido, comunista comprado”, disseram os agressores que agora estão devidamente identificados pela Polícia Federal (PF).

Os xingamentos foram proferidos por uma mulher chamada Andreia. Em seguida, um homem identificado pela PF como Roberto Mantovani Filho chegou a agredir o filho do ministro com um tapa. O rapaz teria tentado intervir nas agressões ao pai. Logo depois, um terceiro bolsonarista identificado como Alex Zanatta se juntou a Andreia e Roberto nos xingamentos ao magistrado.

Moraes voltava de Siena, onde ministrou uma palestra na universidade daquela cidade. Eles não estavam no mesmo voo e o encontro ocorreu no saguão do aeroporto. Moraes tomou um avião para outro lugar da Europa e os bolsonaristas estavam retornando para São Paulo.

Após desembarcarem no aeroporto de Guarulhos os três foram identificados pela PF e responderão em liberdade a um inquérito por crimes contra a honra e ameaça contra Moraes. De acordo com informações do jornal O Globo, Flávio Dino e Moraes já conversaram sobre o episódio. Além disso, mesmo tendo as agressões ocorrido no exterior, os bolsonaristas podem ser responsabilizados no Brasil.

Mantovani

Um dos agressores, Roberto Mantovani Filho, é um conhecido empresário bolsonarista da região de Santa Barbara d’Oeste, no interior de São Paulo. Em 2004 candidatou-se à prefeitura da cidade, pelo PL, mas não venceu.

Mantovani Filho é dono da empresa Helifab e representa, como vendedor exclusivo, a filial brasileira da empresa alemã de bombas e acessórios para indústrias Netzsch Pumps & Systems, a Netzsch do Brasil. As informações constam no perfil do LinkedIn do bolsonarista.

Usuários das redes sociais, diante do ataque e agressão a Moraes, passaram a cobrar da Netzsch uma punição ao representante da empresa no Brasil. A companhia alemã, inclusive, veta em seu código de conduta qualquer tipo de assédio, inclusive o político, como o deflagrado por Mantovani.

Alex Zanatta

Alex Zanatta Bignotto, um dos bolsonaristas que participou do ataque ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira (14) no Aeroporto de Roma, na Itália, foi intimado pela Polícia Federal (PF) e prestou depoimento aos investigadores neste domingo (16), na sede da corporação em Piracicaba (SP).

Zanatta, assim como os outros dois detratores de Moraes, o empresário Roberto Mantovani Filho e sua esposa Andreia Mantovani, se tornaram alvo de inquérito por crimes contra a honra e ameaça, que podem levá-los a uma pena de até 2 anos e 6 meses de prisão.

No depoimento à PF, Zanatta negou que tenha hostilizado o ministro do STF, segundo seu advogado, Ralph Tórtima Stettinger Filho, que atuará também na defesa dos outros dois bolsonaristas. "Ele em absoluto fez qualquer ofensa ao ministro, mas nós estaremos esclarecendo isso nos autos e tudo será muito bem esclarecido no curso das investigações", disse o defensor ao sair da delegacia com o seu cliente.

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