Preso desde o dia 3 de maio, o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência e investigado como artífice da tentativa de golpe de Estado, deixará a cela que ocupa em um batalhão da Polícia do Exército no Distrito Federal nesta terça-feira (11) para prestar depoimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.
Relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) fechou acordo com o presidente, Arthur Maia (União-BA) e colocará em votação, no início da sessão, um requerimento para quebra de sigilo do e-mail institucional de Mauro Cid em 2022, quando atuava como assessor de Bolsonaro.
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A senadora pedirá “cópia integral de todas as mensagens enviadas, recebidas ou armazenadas, incluídas àquelas em rascunhos e lixeira, com todos os seus respectivos anexos”.
“Trata-se, em verdade, não de um e-mail pessoal do servidor, mas de uma ferramenta de trabalho que serve ao cumprimento das atribuições do cargo ou função exercidos", argumenta. “Isso se justifica especialmente quando essa investigação atinge órgãos ou homens públicos, havendo a necessidade de a própria sociedade debater a violação da confiança pública que neles foi depositada por meio do voto”, prossegue a senadora.
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Pressão no Exército
Em meio à convocação de Cid e ao novo depoimento que ele deve prestar à Polícia Federal, a família do militar pressiona o Exército para que atue junto a Alexandre de Moraes para tentar colocá-lo em liberdade.
Segundo a coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que está na reserva tem se movimentado entre militares de alta patente pedindo a soltura do filho por meio da interlocução com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo Lula, que não tem ingerência sobre a investigação.
O pai afirma que a prisão do filho está causando muitos custos e afetando a situação emocional da família.
Durante o governo Bolsonaro, o clã Cid, no entanto, adquiriu diversas mansões nos EUA com o nome de “Cid Family Trust”. Uma das mansões, na Califórnia, foi comprada pelo irmão, Daniel Cid, por 1,7 milhão de dólares (cerca de R$ 8 milhões).