TROCA DE FARPAS

VÍDEO - Sergio Moro perde a linha e ataca Tony Garcia: "ridículo"

Após as revelações feitas pelo ex-deputado sobre métodos escusos da Lava Jato, Toffoli suspendeu ações contra Garcia e STF investigará o ex-juiz

VÍDEO - Sergio Moro perde a linha e ataca Tony Garcia: "ridículo".Créditos: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) tenta fingir normalidade, mas a verdade é que a vida dele está bem complicada após a avalanche de denúncias feitas pelo ex-deputado Tony Garcia sobre os métodos ilegais realizados pela antiga cúpula da Lava Jato.

Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta terça-feira (6), o ex-deputado estadual e empresário Tony Garcia revelou mais detalhes sobre sua atuação dentro da Operação Lava-Jato.

Garcia, que relata ter atuado por mais de dez anos como "agente infiltrado" da Operação Lava-Jato, afirmou que foi "um laboratório para o modus operandi da Lava Jato".

Muitos questionam onde estão as provas das acusações de Tony. Ele garante que, com autorização do Supremo Tribunal Federal, irá revelar os autos dos processos em que há ilegalidades.

“As provas estão nos autos. Na hora que eu apresentar os autos e os termos do meu acordo de delação, vai ficar claro”, afirmou Tony.

“Ridículo”

Em entrevista ao programa Nova Manhã, da Nova Brasil FM, o senador Sergio Moro perde completamente a linha e desfere uma série de ataques contra Tony Garcia e aos meios de comunicação que dão espaço para ele.

Para o ex-juiz, falta “senso de ridículo” para quem leva a sério as revelações de Tony Garcia. "Essa história [de Tony Garcia] é a mais esdrúxula possível. Eu vi os comentários e dei até algumas risadas. Afiar-se nas palavras do tal Tony Garcia... ele que foi o responsável por revelar o 'mensalão'. Depois ele vem pedir desculpa pelo impeachment da Dilma, então ele foi o responsável pelo impeachment da Dilma? São umas fantasias desse indivíduo", ataca Sergio Moro.

Confira abaixo a íntegra da declaração de Sergio Moro contra Tony Garcia:

 

Ações contra Tony Garcia são suspensas por Toffoli e STF investigará Moro

Uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada na tarde desta terça-feira (6), suspendeu todas as ações judiciais existentes contra o empresário paranaense Tony Garcia, que delatou recentemente, numa entrevista, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil-PR), atualmente senador, além de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba. Segundo Tony, Moro o usava como uma espécie de “agente infiltrado” em diversas esferas sociais e políticas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu a gravidade das acusações feitas por Tony e reafirmou a competência do STF para apurar os fatos, uma vez que o acusado ocupa agora o cargo de senador da República e tem foro privilegiado, retirando assim as ações das mãos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, que, de acordo com Tony, sempre agiu em sincronia com Moro. A juíza federal Gabriela Hardt, que atualmente está na 13ª Vara Federal de Curitiba, após o afastamento do juiz Eduardo Appio por desembargadores do TRF-4, já havia anunciado que deixaria as ações de Garcia, declarando-se suspeita, por tê-lo processado por crimes contra a honra, depois de suas denúncias.

Tony revelou que era obrigado a investigar os desafetos e inimigos públicos de Sergio Moro enquanto o então juiz era o responsável pela 13ª Vara Federal da capital do Paraná, muito antes do início da Operação Lava Jato. O empresário teria agido, por medo das supostas represálias de Moro, contra várias pessoas e contou que até mentiu numa entrevista à revista Veja, em 2006, fazendo falsas acusações contra o ex-ministro José Dirceu, no primeiro mandato do presidente Lula no Palácio do Planalto, engrossando o caldo daquilo que se tornaria a conhecida Ação Penal 470, popularmente chamada de Mensalão.

Nesta terça (6), Tony Garcia deu uma entrevista exclusiva no programa Fórum Onze e Meia, da TV Fórum, aos jornalistas Renato Rovai e Dri Delorenzo, na qual reforçou o caráter de suas denúncias e enfatizou a gravidade das acusações que sustenta contra Sergio Moro, revelando que o então magistrado "mantinha uma câmara de tortura" e que obrigava os investigados "a falar o nome de Lula".