Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente Lula foi questionado sobre os investimentos do BNDES promovidos pelos governos brasileiros no exterior.
Assim como Bolsonaro fez em seu último debate na campanha presidencial de 2022, o jornalista Rodrigo Lopes decidiu questionar por que os governos petistas decidem investir no estrangeiro através do BNDES, citando o financiamento que o Brasil dará ao gasoduto Néstor Kirchner, na Argentina.
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Lula, acostumado com as críticas por investimentos em países africanos e latino-americanos, afirmou que esse tipo de crítica parte de uma visão pequena de geopolítica.
“Deixa eu aproveitar essa pergunta para a gente politizar um pouco a sociedade brasileira. Pelo amor de deus, quando a gente financia uma obra no exterior, a gente está exportando engenharia, máquina e está gastando muito dinheiro além daquilo que a gente vai receber”, afirmou o presidente.
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“O que é importante é que o Brasil é um país muito grande, é o país com mais população, mais rico, com mais tecnologia. Se o Brasil não ajudar os outros países, como é que vai ficar? Veja o que a China está fazendo no mundo, veja o que a Índia está fazendo no mundo, o que Turquia está fazendo no mundo”, acrescentou Lula.
Ele reconheceu, por exemplo, que a Venezuela não pagou seus investimentos, mas também reiterou que já cobrou o atual presidente, Nicolás Maduro, pelo investimento no Metrô de Caracas.
“É verdade que a Venezuela não pagou, porque o governo brasileiro fechou as portas pra Venezuela. Foram praticamente quatro anos sem relações! Eu conversei com o Maduro agora e falei 'Maduro, é preciso começar a acertar o pagamento da divida'. Ele vai acertar. Cuba vai acertar. Porque todos são bons pagadores”, afirmou o presidente.
Lula seguiu defendendo o financiamento de obras em outros países e outras ações que fortalecem as relações diplomáticas com seus vizinhos.
“Eu fico triste com essa visão pequena de que não pode. Pode e precisa fazer”, completou o chefe de estado.