ARREGOU

Monark recua em depoimento à PF e diz que "não tem certeza" se houve fraude nas eleições

Estridente, valente e convicto nas redes sociais, influenciador muda de postura diante dos policiais federais

O influenciador Monark.Créditos: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

O influenciador Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (29) e, diante dos investigadores, mudou totalmente de postura. Estridente, valente e convicto nas redes sociais, ele afirmou aos policiais que "não tem certeza" de que houve fraude nas eleições - recuando com relação às declarações que faz em seu programa online "Monark Talks". 

O depoimento do influenciador e podcaster foi tomado após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de um desdobramento do inquérito que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. Contumaz divulgador de notícias falsas, Monark, que já chegou a defender a legalidade de um partido nazista nos dias atuais, recentemente xingou Moraes de "anticristo do caralho" em seu programa após o ministro determinar o bloquei de seus perfis nas redes sociais por divulgação de notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques às instituições. 

Segundo a PF, Monark afirmou no depoimento que "dado o contexto de como ocorreram as eleições, desconfia que não houve transparência" e que  "não tem certeza de que houve fraude, mas como cidadão tem essa desconfiança”.

Trata-se de um verdadeiro recuo, já que em programa recente o influenciador chegou a dizer, aos berros, que as urnas foram fraudadas e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve apenas 25% dos votos nas eleições de 2022. "Óbvio que fizeram maracutaia nas urnas!", disparou na live em questão. 

Veja

Bloqueio dos perfis; entenda

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou, no dia 14 de junho, que fossem bloqueados canais, contas e cinco perfis nas redes sociais do influenciador Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark.

A determinação deve ser cumprida por Discord, Meta, Rumble, Telegram e Twitter, rapidamente, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. As plataformas também deverão preservar o conteúdo de postagens.

O magistrado, em sua decisão, afirmou que Monark divulgou “notícias fraudulentas” a respeito das atuações do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moraes disse que já havia determinado o bloqueio de perfis do influenciador. Porém, destacou que ele criou novas contas.

“Entretanto, em novo canal criado na plataforma Rumble (https://rumble.com/c/Monarkx), que já conta com 287 mil seguidores, BRUNO MONTEIRO AIUB, conforme relatado pela AEED/TSE, voltou a divulgar notícias fraudulentas acerca da atuação desta SUPREMA CORTE e do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL”, ressaltou um dos trechos da decisão.

O magistrado determinou, também, que Monark não mais divulgue ou propague fake news sobre o STF e o TSE. A multa, em caso de descumprimento, é de R$ 10 mil por dia.

“Determino, ainda, a imposição de medida cautelar em face de BRUNO MONTEIRO AIUB, consistente na abstenção de publicação, promoção, replicação e compartilhamento das notícias fraudulentas (fake news) objeto da presente decisão”, acrescentou.