8 DE JANEIRO

CPMI dos Atos Golpistas: Cid e Lawand, articuladores do golpe, podem ficar em silêncio

Ministra Cármen Lúcia, do STF, determina que militares bolsonaristas que arquitetaram golpe de Estado contra Lula compareçam ao colegiado, mas possam ficar em silêncio

Créditos: Agência Senado - Militares bolsonarista terão que comparecer à CPMI dos Atos Golpistas, mas vão poder ficar em silêncio
Escrito en POLÍTICA el

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o tenente-coronel Jean Lawand Jr. compareçam à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos dos Atos Golpistas. No entanto, a ministra autorizou que eles permaneçam em silêncio durante seus depoimentos.

Mauro Cid havia solicitado ao STF para não ser obrigado a comparecer à comissão, enquanto Lawand desejava exercer o direito de ficar em silêncio. Cármen Lúcia determinou que ambos compareçam, mas garantiu que sejam acompanhados por advogados e não sejam compelidos a produzir provas contra si mesmos.

O depoimento do coronel Lawand está agendado para esta terça-feira (27), às 9h. Ainda não foi definida a data para a presença de Mauro Cid na comissão. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está presto por suspeita de envolvimento em fraudes relacionadas aos cartões de vacinação do ex-chefe , familiares e assessores.

Roteiro do Golpe

Dentre os assuntos a serem abordados na CPMI, destaca-se a troca de mensagens com teor golpista entre Mauro Cid e Jean Lawand Junior.

Após a apreensão do celular de Cid durante uma operação que investiga fraudes em cartões de vacinação, a Polícia Federal encontrou conversas no dispositivo em que os dois discutem a possibilidade de um golpe no país após as eleições do ano passado.

Em algumas das mensagens, Lawand menciona a Mauro Cid que Bolsonaro "não pode retroceder agora" e que ele deve "dar a ordem" para que as Forças Armadas implementem uma estratégia visando evitar a posse de Lula como Presidente da República.

Após a revelação dessas conversas, o Exército suspendeu a nomeação de Jean Lawand Junior para um cargo diplomático nos Estados Unidos.