ECONOMIA VERDE

Mercado de carbono é um dos caminhos para combater as mudanças climáticas, diz Alckmin

Presidente em exercício afirma que o país pode ter um ganho de até 5% do PIB por meio do mercado regulado de carbono, o que equivale a US$ 120 bilhões

Créditos: Agência Brasil (Marcelo Camargo) - Presidente em exercício ressalta o papel do mercado regulado de carbono para enfrentar as mudanças climáticas
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Durante uma palestra nesta terça-feira (20), o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, reiterou o compromisso do Governo Lula com o desenvolvimento sustentável e destacou o mercado regulado de carbono como um dos principais caminhos para alcançar a meta de reduzir as emissões e combater as mudanças climáticas.

O presidente em exercício fez a abertura do encontro "Diálogo: Mercado Regulado de Carbono e a Competitividade Industrial", um evento conjunto organizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pasta da qual é titular, e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF).

Alckmin ressaltou o empenho do governo no desenvolvimento sustentável e apontou que um dos caminhos mais importantes é o mercado regulado de carbono. Ele afirma que por meio desse setor é possível incentivar as pessoas e as empresas a descarbonizarem para criar oportunidades de negócio, geração de renda e comércio exterior, que são fundamentais.

""Essa é uma realidade que exige urgência. O governo está empenhado no desenvolvimento sustentável, e o mercado regulado de carbono é um dos caminhos mais importantes para isso. Vamos incentivar as pessoas e as empresas a descarbonizarem, criando um mercado que ofereça oportunidades de negócio, geração de renda e comércio exterior, o que é essencial", declarou o presidente em exercício, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do evento setorial.

Alckmin ressaltou o potencial do Brasil, que tem a maior floresta tropical do mundo e uma grande parcela da matriz energética proveniente de fontes limpas. Ele afirmou que o país pode ter um ganho de até 5% do PIB por meio do mercado regulado de carbono, o que equivale a US$ 120 bilhões.

"As possibilidades para o Brasil são impressionantes. A pergunta sempre foi onde podemos produzir de forma eficiente e econômica. Agora, também é onde podemos produzir de forma eficiente, econômica e compensar as emissões de carbono. Nesse sentido, o Brasil tem uma oportunidade única", ressaltou.

Renovação de frota

Alckmin também afirmou que o governo ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a prorrogação do programa de compra de veículos com desconto, mas considera a medida um sucesso.

O programa de renovação da frota é financiado por meio de créditos tributários, que são descontos concedidos pelo governo às montadoras no pagamento de tributos futuros. De acordo com um balanço divulgado nesta segunda-feira (19), 65% dos recursos destinados a descontos em carros já foram utilizados.

No total, o governo reservou R$ 1,5 bilhão para o programa, sendo R$ 500 milhões para automóveis, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus. O programa tem uma duração de quatro meses, mas é provável que se esgote antes, assim que os créditos tributários se esgotarem.

"A renovação da frota preserva empregos, substitui veículos antigos por novos que poluem menos e proporciona maior segurança nos casos dos veículos leves", declarou.

Os descontos no preço final dos carros incluídos no programa do governo variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil, podendo ser aumentados dependendo dos critérios adotados pelas fábricas e concessionárias. O valor do desconto nos carros é determinado por três critérios: menor preço, maior eficiência energética (menor emissão de poluentes) e maior porcentagem de conteúdo nacional, ou seja, o total de partes do carro fabricadas no Brasil.

No caso da renovação da frota de caminhões e ônibus com mais de 20 anos, é necessário comprovar que os veículos antigos foram retirados de circulação.

Juros altos

Alckmin avaliou ainda que a redução da carga tributária estimula as vendas e a atividade produtiva, destacando a necessidade de redução das taxas de juros no país.

"Atualmente, 70% das vendas de carros são à vista. Quem não tem dinheiro para comprar à vista, não compra. Portanto, o que fizemos foi ajudar o consumidor a ter acesso a bens novos enquanto os juros não caem, e temos certeza de que eles irão cair."

Nesta terça, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. O órgão deve manter o aperto monetário com a Selic em 13,75% ao ano, mesmo com a queda recente da inflação.

Para o governo, o atual nível da taxa Selic atrapalha os investimentos. Embora a taxa básica tenha parado de subir em agosto do ano passado, está no nível mais alto desde o início de 2017 e os efeitos de um aperto monetário são sentidos na desaceleração da economia.

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