QUEM É O INVASOR?

Salles e Zucco invadem casa de assentados: "isso não é uma residência"

Presidente e relator da CPI entraram sem mandado em casa de trabalhadores assentados na luta por reforma agrária

Salles e Zucco achacaram trabalhadores agrários em ocupação no oeste paulistaCréditos: Reprodução/Twitter
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Em um vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira (13), é possível ver os deputados federais Ricardo Salles (PL-SP) e Zucco (Republicanos-RS) tentando invadir uma residência de trabalhadores assentados da Frente Nacional de Luta (FNL), no âmbito da CPI do MST.

O caso ocorreu durante uma visita dos parlamentares de extrema-direita da comissão parlamentar de inquérito realizada no Pontal do Paranapanema, no oeste paulista, onde há um grupo de trabalhadores assentados.

Nas imagens, os moradores do assentamento pedem respeitosamente para que os parlamentares não entrem em suas residências. Um assessor de Salles entra em uma casa e tira fotos dos objetos dentro da casa.

Nilto Tatto (PT-SP) estava no local e defendeu os moradores, afirmando que os parlamentares não poderiam entrar na casa das pessoas. Zucco afirma que é uma "instrução processual" de Salles, que afirma: "Isso não é uma residência". Existem 2500 pessoas morando na fazenda ocupada. 

Confira o vídeo:

“A CPI não tem noção dessas várias organizações sociais do campo. Para eles [parlamentares], tudo é MST, é por isso. Embora o foco seja MST, eles queriam atingir todos os movimentos de luta pela terra independente do MST”, disse Zelitro Luz, que atua pelo movimento naquela região.

“Querer criminalizar nossa luta por meio de uma CPI é uma estratégia para omitir os reais problemas e contradições do modelo de produção do agronegócio no campo brasileiro, como o crescente desmatamento, grilagem de terra, queimadas, violência no campo, uso de mão de obra análoga à escravidão e destruição e contaminação dos bens naturais pelo uso de agrotóxicos”, diz o comunicado do movimento sem terra.

"Salles e Zucco foram em busca de acampamentos abandonados, locais de fachada, e encontraram acampamentos vivos, organizados pela FNL, que produzem alimentos e lutam para se sustentar enquanto resistem à criminalização bolsonarista", afirmou a Frente Nacional de Lutas (FNL) em comunicado.