DESESPERO

Moro chama Ditadura de "governo militar" em artigo em que ataca Lula por "adular ditadores"

Em texto confuso e sem coesão, senador, que deixou a magistratura para ser ministro de Bolsonaro - admirador confesso da Ditadura -, defende imunidade para liberdade de expressão de parlamentares.

Sergio Moro e Jair Bolsonaro.Créditos: Presidência da República
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Em desespero diante da possibilidade de ter seu mandato cassado e em meio à denúncias sobre supostos crimes nos tempos em que era juiz da 13ª Vara Federal, o senador Sergio Moro (União-PR) parece cada dia mais desnorteado em suas posições, sempre com o objetivo de atacar seu principal desafeto: o presidente Lula (PT).

Em artigo publicado nesta segunda-feira (12) no jornal de extrema-direita paranaense Gazeta do Povo, em que defende a liberdade de expressão para parlamentares, o senador mistura alhos com bugalhos e busca causar uma confusão mirando um ilusório "autoritarismo" do atual presidente.

Moro, que deixou a magistratura para se tornar ministro de Jair Bolsonaro (PL), admirador confesso de torturadores históricos do Brasil como Carlos Alberto Brilhante Ustra e Major Curió, ameniza ao classificar a Ditadura Militar como "governo militar".

Buscando equiparar o governo Lula a "períodos históricos marcados pelo autoritarismo", Moro chama a Ditadura de "governo militar".

"É ilustrativo o fato de que a imunidade parlamentar tenha sido objeto de restrições em Constituições promulgadas em períodos históricos marcados pelo autoritarismo, como o Estado Novo e o governo militar", escreve.

Em seguida, Moro diz que vivemos um "um contexto no qual há uma tensão global entre democracias e autocracias e no qual temos um Presidente da República que adula ditadores como Maduro e Ortega" para defender a revisão "da inviolabilidadade dos parlamentares por suas opiniões, palavras ou votos".

Na prática, Moro quer imunidade para seguir difundindo fake news e ataques gratuitos a Lula como fez na época em que comandava a Lava Jato.

Sem coesão alguma, no próprio texto o senador cita que "em 1969, na escalada de autoritarismo, a imunidade volta a ser excepcionada em 'casos de injúria, difamação ou calúnia, ou nos previstos na Lei de Segurança Nacional'".