CERCO SE FECHA

Mauro Cid testemunhou propostas de golpe após derrota eleitoral de Bolsonaro

De acordo com os relatos de Cid, que em diversas ocasiões se esforçou para blindar o líder de extrema direita, o ex-presidente teria apenas ouvido as propostas sem esboçar entusiasmo

Mauro Cid veste farda e gravata borboleta.Créditos: Presidência da República
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O tenente-coronel Mauro Cid, pequeno militar preso na última quarta-feira (3) por operar o esquema de falsificação de cartões de vacinação de Jair Bolsonaro (PL), testemunhou uma série de propostas de golpe feitas por aliados do ex-presidente após a derrota nas eleições de outubro de 2022. O jargão comum utilizado era de que Bolsonaro deveria “virar o jogo”.

A informação foi divulgada na madrugada desta quinta-feira (4) pelo blog da jornalista Andrea Sadi, no G1.

De acordo com os relatos das fontes da jornalista, diversos aliados procuraram Bolsonaro para apresentar seus ‘planos infalíveis’ de dar um golpe contra a vontade popular que se expressou nas urnas. Um desses nomes não foi revelado mas seria um ex-ministro de Bolsonaro. Outro é o ex-deputado federal Daniel Silveira (expulso do PTB de Roberto Jefferson e ‘padre’ Kelmon), já citado por Marcos do Val, e que agora tem seu indulto presidencial reavaliado pelo Supremo Tribunal Federal.

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Entre as “propostas” que Cid testemunhou como ajudante de ordens, aliados queriam que Jair Bolsonaro encampasse o famoso “Artigo 142” da Constituição – aquele apontado pelo suposto filósofo Olavo de Carvalho, morto em 2022, como o que justificaria a chamada “intervenção militar”. Outras propostas previam intervenção no judiciário com a prisão de Alexandre de Moraes e outros ministros do STF.

A ideia era que após alguma dessas propostas ser posta em marcha, Bolsonaro convocaria novas eleições. O voto, obviamente, seria impresso e garantiria uma vitória do capitão. Mas como todos sabemos, a virada de mesa não aconteceu.

De acordo com os relatos de Cid, que em diversas ocasiões se esforçou para blindar o líder de extrema direita, o ex-presidente teria apenas ouvido as propostas sem esboçar entusiasmo.

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