8 DE JANEIRO

Saiba quem é o indígena suspeito de planejar atentado a bomba no aeroporto de Brasília

Preso na Papuda, José Acácio Serere Xavante vai ser ouvido pela CPI dos Atos Antidemocráticos no Legislativo do DF

Créditos: Reprodução internet - José Acário Serere Xavante vai depor na CPI dos Atos Antidemocráticos nesta quinta
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O indígena José Acácio Serere Xavante será ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta quinta-feira (25), em reunião agendada para às 10h. 

O depoimento do suposto cacique atende a pedido do presidente do colegiado, Chico Vigilante (PT). No requerimento de convocação, o parlamentar sustenta que o indígena é suspeito de ser um dos responsáveis pelo planejamento da tentativa de atentado no Aeroporto Internacional de Brasília no dia 24 de dezembro de 2022.

"[O atentado] que tinha como finalidade a detonação de artefato explosivo próximo a caminhão-tanque abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação, fato que guarda íntima pertinência com os episódios objetos de apuração desta CPI", escreveu Vigilante no requerimento.

A CPI dos Atos Antidemocráticos apura os atos terroristas ocorridos em Brasília no dias 12 de dezembro de 2022, quando bolsonaristas radicais promoveram vandalismo, destruíram e atearam fogo em carros e ônibus; e do dia 8 de janeiro de 2023, quando deflagaram atos golpistas e vandalizaram as sedes dos Três Poderes. 

Preso por determinação do STF

José Acácio cumpre prisão temporária no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde o dia 12 de dezembro do ano passado. A prisão dele ocorreu por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo dia da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O indígena foi preso sob suspeita dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de direito. O mandado de prisão sustentou que ele usa sua posição como líder indígena para arregimentar pessoas a “cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso”.

Pivô do vandalismo de 12 de dezembro

A prisão de José Acácio deflagrou uma sequência de atos de vandalismo no centro da capital federal. Vários apoiadores de Jair Bolsonaro causaram caos em Brasília: atearam fogo em veículos, enfrentaram delegacias e tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF). Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), oito veículos foram incendiados. Na ocasião, ninguém foi preso.

Cacique bolsonarista

José Acácio, 42 anos, é pastor evangélico, se apresenta como cacique do Povo Xavante e é apoiador de Jair Bolsonaro. Ele fez diversos ataques contra a vitória eleitoral do presidente Lula.

O indígena é filiado ao Patriotas e foi candidato a prefeito de Campinápolis (MT) em 2020, mas não foi eleito. Ele se apresenta como missionário da Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê.

Disseminador de fake news

Entre as diversas informações falsas divulgadas pelas redes bolsonaristas que envolvem o indígena, uma delas é a de que José Acácio teria sofrido uma parada cardíaca na Papuda. Em outra, ele teria até morrido. Nenhuma delas é verdadeira. 

Financiado por ruralista

Antes de ser preso por promover atos golpistas, José Acácio Serere Xavantepercorreu cerca de 500 quilômetros da sua cidade, Campinapolis, no interior do Mato Grosso, até Brasília, com o patrocínio do ruralista Mauridis Parreira Pimenta, de Araçatuba (SP), que explora terras na região.