Uma ex-assessora da ex-deputada federal Joice Hasselmann – eleita pelo PSL de Bolsonaro em 2018 e atualmente sem partido – fez uma denúncia ao Ministério Público Federal em que a acusa de praticar rachadinha e assédio moral. A denunciante alega que entre junho de 2021 e dezembro de 2022 teve parte do seu salário confiscado para pagamento de despesas pessoais da então deputada.
O caso foi divulgado na manhã desta quarta-feira (24) pelo Uol. A outros meios de comunicação o MPF confirmou a denúncia e informou que analisa o registro.
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O que diz a ex-assessora
Natural de Curitiba (PR), Juliana Christine Pereira Bejes trabalhou como assessora de Joice Hasselmann por um ano e oito meses, no escritório da parlamentar em São Paulo. Ela conhecia a então parlamentar desde 2016, quando Joice ainda atuava como jornalista. O marido de Juliana, Honei Pedroso Bejes, era seu amigo pessoal e foi ele quem fez a indicação da esposa ao cargo.
A ex-assessora alega que em 2021 se mudou para São Paulo para tomar posse do cargo que lhe pagaria R$ 13 mil mensais e que acabou enganada. Alega que seu marido já trabalhava para a então parlamentar, em teoria recebendo o mesmo salário, mas que não havia sido pago. Ela própria diz que chegou a receber os dois primeiros salários, mas a normalidade financeira só se manteve até a dívida com o marido ser paga por Hasselmann.
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A partir daí, o marido receberia um salário pelo trabalho de ambos, enquanto o salário dela seria utilizado para despesas pessoais da titular do gabinete, conforme teria dito a própria Joice Hasselmann no ambiente de trabalho. “Ela fez tudo premeditado. A gente ficou refém. Se tentássemos voltar para Curitiba, teríamos que arcar com a nova mudança e a multa de aluguel de apartamento. Não dava”, declarou à imprensa.
Juliana relatou que entre suas tarefas de assessora fez pagamentos dos mais variados para a então parlamentar. Desde compras em supermercados, terapia e compra de roupas. Com acesso aos e-mails de Joice, cuidava da sua agenda e da logística que seus compromissos exigiam. Além disso, também era a responsável pela limpeza de um flat da deputada na capital paulista.
A ex-assessora diz ter provas documentadas, especificamente extratos bancários e comprovantes de pagamentos, que provariam a suposta rachadinha. Entre as despesas, a mensalidade de R$ 5 mil da faculdade da filha de Joice. No WhatsApp, a deputada apelidava os repasses como 'RT' no momento de cobrar prestação de contas a respeito deles. “Sempre tomava cuidado com essas coisas”, revelou.
Joice Hasselmann responde a acusação
Horas depois de divulgada a denúncia, ainda nesta quarta-feira (24), Joice deu sua versão também ao Uol. Ela afirma que Juliana e o marido falsificaram provas e tentaram lhe extorquir R$ 300 mil. Ela então não aceitou o pagamento e eles fizeram a denúncia.
“O que esses dois vagabundos sem-vergonhas fizeram foi uma armadilha próximo da eleição para forjar provas contra mim e me achacar. Canalhas, vagabundos e sem-vergonhas. Não negocio com achacador”, afirmou, referindo-se ao casal. Ela não conseguiu ser reeleita e agora está sem partido.