Derrotada na eleição legislativa de 2022 após se afastar do bolsonarismo - que lhe rendeu mais de 1 milhão de votos em 2018 -, Joice Hasselmann (PSDB-SP) agora trava uma batalha contra a Jovem Pan, emissora que também se afastou de Jair Bolsonaro (PL) após a vitória de Lula na disputa à Presidência.
Joice, que agora investe na carreira de influenciadora digital na área de "bem estar" após emagrecer 22 quilos, está sendo processada pela rede de rádio de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, por uma entrevista de junho de 2022, em que acusou a Jovem Pan de ser "puxa-saco do governo" Bolsonaro.
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"Eu trabalhei na Jovem Pan quando ela era Jovem Pan, não esse lixo que virou puxa-saco de governo, que lambe o pé de Bolsonaro. Eles fizeram isso para conseguir a TV e conseguiram", disse a então deputada - veja abaixo.
Joice ainda revelou que teria sido demitida da emissora em 2018, quando apresentava o programa Pingo nos Is, após receber ordem para "amansar" comentários sobre o governo golpista de Michel Temer (MDB).
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"Amansar para mim é pior do que me demitir. Eu falei: 'Não, eu não vou fazer isso, tenho contrato de liberdade'", contou.
Diante dos comentários, a Jovem Pan entrou na Justiça pedindo indenização de R$ 100 mil por dano moral e calúnia.
Na ação, a Jovem Pan classifica como calúnia a declaração sobre a ajuda de Bolsonaro para a criação da TV e desafia a ex-funcionária a provar as acusações.
"A Autora desafia a Ré a provar tais imputações criminosas e ofensivas, que são absolutamente mentirosas, já que, como se disse, a constituição de uma TV por assinatura, não tem participação do Governo Federal. A Ré agiu de modo pensado e de forma proposital para projetar a sua candidatura ao cargo de deputada, criou fato mentiroso, atacou a credibilidade e honra da Autora, fazendo-o sem prova alguma e sem responsabilidade", diz o texto.
A defesa de Joice, no entanto, respondeu anexando reportagens que mostram a baixa audiência da emissora.
"Se a requerente (Jovem Pan) ficou tão ofendida com as falas proferidas pela requerida (Joice), deveria ter ajuizado ação de danos morais contra todas as páginas que veicularam informações sobre a ligação da rádio com o governo federal na gestão Bolsonaro", diz a defesa da ex-deputada.