A Jovem Pan, emissora de rádio e televisão digital que ficou famosa no último período por propagar uma série de narrativas conspiratórias sobre o sistema eleitoral brasileiro e agora é investigada por tal conduta, cometeu uma gafe imperdoável em pleno Dia Internacional da Mulher, gerando mal-estar entre funcionárias da empresa.
Na última quarta-feira (8), a empresa emitiu um comunicado interno a fim de parabenizar suas trabalhadoras pela data. “Toda mulher fica linda vestida de felicidade”, diz uma imagem veiculada na mensagem, que trazia a foto da jornalista Kallyna Sabino sorrindo nos estúdios.
O problema é que Kallyna havia sido demitida da empresa no dia anterior. Ela apresentava o jornal noturno Fast News e confirmou sua demissão ao Uol.
Para piorar, junto com Kallyna foram demitidas outras duas jornalistas, Claudia Barthel e Camila Abdelmalack. Para os seus lugares a Jovem Pan teria contratado dois homens, ambos ex-funcionários da CNN Brasil.
O comunicado teria gerado um clima de mal-estar na redação, especialmente entre as funcionárias da emissora. Kallyna Sabino, que estava há 4 anos na empresa e trabalhou por uma década no SBT, não quis comentar o caso. Barthel comandava o telejornal da Jovem Pan, em horário nobre e Abdelmalack foi comentarista de economia no programa Prós e Contras. Ambas trabalharam cerca de 1 ano na emissora.
Ao contrário das recentes demissões em que a empresa rompeu contratos de profissionais mais identificados ao bolsonarismo a fim de se adequar editorialmente a um Brasil sem Bolsonaro no Palácio do Planalto, Sabino e Barthel eram consideradas apresentadoras mais sérias e isentas de paixões políticas.