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Entenda por que Lula chamou ACM neto de "grampinho"

Nesta semana, o presidente Lula voltou a chamar o ex-prefeito de Salvador de "grampinho". Apelido vem de longa data; entenda motivo.

Lula relembra escândalo de avô de ACM e debocha de candidato baianoCréditos: Foto 1: Ricardo Stuckert/PR Foto 2:Reprodução/TV Globo
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Nesta quinta-feira (11), durante a primeira plenária estadual do Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal, o presidente Lula fez um discurso chamando ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e candidato ao governo da Bahia em 2022, de grampinho.

Para elogiar a campanha de Jerônimo Rodrigues, Lula citou o antigo apelido de ACM. "Wagner, vai estar difícil, a gente vai perder. Vamos ver se tem outro nome aí. O cara vai ganhar. Eu vim para cá, Jerônimo (tinha) 3%. O 'grampinho', quase 80%", disse o presidente.

Não é a primeira nem a segunda vez que Lula chama ACM Neto pelo apelido. Durante as eleições de 2020, o presidente já havia chamado o neto de Antônio Carlos Magalhães de grampinho. Na verdade, a alcunha é de longuíssima data...

O apelido surgiu a partir de 2003. O jovem ACM Neto havia ganhado seu primeiro mandato como deputado federal em Brasília, e seu avô se envolvia em um escândalo bizarro.

ACM - que governou a Bahia por três mandatos - montou um esquema dentro da Secretaria de Segurança Pública da Bahia para espionar seus adversários com grampos telefônicos. Entre as vítimas, estavam Geddel Vieira Lima - sim, aquele -, Nelson Pellegrino - do PT - e uma ex-namorada de ACM, Adriana Barreto. 

ACM Neto, que herda o legado política do carlismo na Bahia, foi derrotado nas eleições de 2022 durante sua candidatura ao Governo do Estado da Bahia.

Em março de 2022, o "grampinho" tinha 69% das intenções de voto, enquanto o candidato petista, Jerônimo Rodrigues, tinha apenas 6%. Após a corrida eleitoral, Jerônimo virou já no primeiro turna em uma das maiores viradas eleitorais da história da Bahia.

A rixa entre Lula e ACM Neto é de longa data. Em 2005, o então deputado federal afirmou no plenário que agrediria o presidente fisicamente. "O presidente da República, se tiver coragem de se meter na minha frente, tomará uma surra", disse.

Atualmente, o partido de ACM - o União Brasil - e o governo Lula tem tido embates por apoio no Congresso Nacional.