A cúpula da Polícia Federal (PF) na Bahia na época das Eleições 2022 afirma que a visita de Anderson Torres, então ministro da Justiça, e de Márcio Nunes, delegado-geral da corporação, ao estado às vésperas do segundo turno foi política.
Essa versão contradiz o que disseram Torres e Nunes aos investigadores da PF do inquérito sigiloso que apura a suspeita de que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) agiu para dificultar o acesso de eleitores às urnas – especialmente no segundo turno, no Nordeste.
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Nesta quinta-feira (11), Nunes prestou depoimento sobre o caso e repetiu a versão apresentada por Torres na última segunda-feira (8). Ele afirmou que, na companhia do ex-ministro, esteve na Bahia para visitar obras e que teriam aproveitado a viagem para conversar sobre a estrutura de policiamento no segundo turno.
Não é o que dizem os três delegados que integravam a cúpula da PF na Bahia. Eles dizem que a motivação da visita de Torres e Nunes foi política. Não era esperada, foi de última hora e pegou a todos de surpresa.
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Agora, o ex-superintendente regional, Leandro Almada; o ex-delegado regional executivo, Flavio Albergaria; e o ex-delegado de Combate ao Crime Organizado, Marcelo Werner, serão ouvidos no inquérito.
Alexandre de Moraes mandou soltou Torres
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres deixou a prisão na manhã desta sexta-feira (12). Ele estava preso preventivamente desde o dia 14 de janeiro por omissão durante os atos terroristas de 8 de janeiro, quando ocupava a chefia da secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele continua sendo investigado.
A soltura de Torres foi determinada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (11).