A Agrishow, maior feira do setor agropecuário da América Latina, sem qualquer constrangimento, cometeu uma deselegância (lida no Planalto como provocação) esta semana ao “desconvidar” o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Lula, Carlos Fávaro, para a abertura do evento. O substituto na cerimônia será o ex-presidente Jair Bolsonaro. Oficialmente os organizadores da Agrishow dizem que Fávaro segue convidado, mas o presidente da feira, Francisco Maturro, não negou que “um grande movimento do agro” que exigiu o antigo mandatário de extrema direita.
Só que a ousadia da provocação política e ideológica custou caro. O Banco do Brasil, um dos patrocinadores do evento, cortará o contrato de patrocínio com a Agrishow. Quem confirma a informação é o ministro da Secretaria da Comunicação da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta.
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“Descortesia e mudança de caráter de um evento institucional de promoção do agronegócio para um evento de características políticas e ideológicas. Ou é uma feira de negócios plural é apartidária ou não pode ter patrocínio púbico”, disse o chefe da SECOM. Mais cedo, o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, já tinha ido ao Twitter para falar sobre a suspensão de patrocínios com dinheiro público para quem quer fazer política em ambiente de negócios.
Tarciana Medeiros, que é presidente do Banco do Brasil, tinha uma palestra marcada na Agrishow, mas sua presença também foi cancelada. O valor total do patrocínio destinado ao evento do agronegócio não foi revelado pelo governo federal.