O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, resolveu ir ao Twitter e fazer o que nenhuma outra autoridade do governo Lula teve coragem de fazer em relação ao papelão da organização da Agrishow, a maior feira do setor de toda a América Latina, que simplesmente “desconvidou” o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que iria à abertura do evento, em 1° de maio, e resolveu chamar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para participar da cerimônia.
“Se a Agrishow não quer o governo federal no evento, não sei se o Banco do Brasil e o governo federal deveriam continuar patrocinando o evento”, disparou França, fazendo alusão ao fato da feira, “que quer distância de Lula e seu governo”, pegar dinheiro do Banco do Brasil e da gestão Lula para realizar a festa.
Embora oficialmente os organizadores tenham informado que Fávaro segue convidado, a presença de Bolsonaro, segundo o presidente da feira, Francisco Maturro, seria fruto de “um grande movimento do agro” que exigiu o convite ao antigo mandatário de extrema direita. Num evento de tal magnitude, a presença de um alguém que não é uma autoridade constituída é vista como uma clara afronta ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A temperatura ficou ainda mais elevada pelo fato de o governo federal ser um dos principais patrocinadores da Agrishow e durante a abertura da feira estava previsto o anúncio de uma liberação de R$ 400 milhões para suplementação do orçamento, com o intuito de ajustar os juros das linhas de investimentos do Plano Safra 2022/2023. Trocando em miúdos, o governo fez um grande esforço para atender as demandas do setor, que é profundamente ligado ao líder reacionário que não conseguiu se reeleger, mas em contrapartida o segmento respondeu com uma provocação.