O desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), pediu, nesta quinta-feira (20), afastamento da relatoria dos processos da Operação Lava Jato. Ele se declarou suspeito para analisar recursos de investigados na segunda instância.
A decisão aconteceu depois que Malucelli passou a responder a um processo aberto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar se ele descumpriu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que havia suspendido a prisão do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, réu em um dos processos da Lava Jato.
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Malucelli é acusado de ter favorecido o ex-juiz e atualmente senador Sergio Moro (União Brasil-PR), denunciado por Duran.
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O desembargador é pai do advogado João Eduardo Malucelli, que integra, como sócio, a Wolff & Moro Sociedade de Advogados, escritório de advocacia do ex-juiz e sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), em um claro conflito de interesses.
A proximidade não para por aí. João Malucelli, filho do desembargador que mandou prender Tacla Duran, é “genro” de Moro - ele namora a filha do ex-juiz e hoje senador com Rosângela, a jovem Júlia Wolff Moro, que tem 22 anos.
“Ante a ocorrência de circunstâncias posteriores à data em que assumi os processos oriundos da presente operação, em trâmite junto ao Juízo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e que se relacionam com a integridade física e moral de membros da minha família, declaro minha suspeição superveniente, por motivo de foro íntimo, para atuar neste e em todos os demais processos relacionados por prevenção, a partir desta data”, afirmou Malucelli, em sua decisão.
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Tacla Duran afirma que foi perseguido por não aceitar extorsão
Em março, durante audiência com o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, Tacla Duran afirmou que foi alvo de perseguição por não aceitar ser extorquido durante o processo em que é réu.
O advogado destacou, também, que foi procurado por uma pessoa que atuou como cabo eleitoral da campanha de Moro e um advogado ligado à esposa dele, Rosângela, que teria oferecido um acordo de delação premiada durante as investigações.
Depois das acusações, Appio decidiu encaminhar o caso ao STF, corte responsável pela avaliação de questões envolvendo parlamentares com foro privilegiado.