O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou, via redes sociais, que ingressou no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para pedir o afastamento do desembargador Marcelo Malucelli do caso Tacla Duran. O magistrado restableceu a prisão do ex-advogado da Odebrecht.
Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, que integra, como sócio, a Wolff & Moro Sociedade de Advogados, escritório de advocacia do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP).
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A proximidade não para por aí. João Malucelli, filho do desembargador que mandou prender Tacla Dura, é "genro" de Moro - ele namora a filha do ex-juiz com Rosângela, a jovem Júlia Wolff Moro, que tem 22 anos.
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“Entrarei no CNJ pedindo o afastamento do desembargador Marcelo Malucelli que restabeleceu a prisão de Tacla Duran, vítima de extorsão da Lava Jato. O filho dele, João Malucelli, é sócio de Sergio Moro em um escritório de advocacia. Espero a condenação que foi dada a Dallagnol”, afirmou Renan.
Em seguida, o senador usou o conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade, “A Quadrilha”, para denunciar as relações entre as famílias Moro e Malucelli.
"O juiz Marcelo Malucelli amava o filho João Malucelli, que amava Júlia Moro, que amava os pais, Rosângela e Sergio Moro, sócios do genro João Malucelli, que amava o pai, Marcelo Malucelli, que pediu a prisão de Tacla Duran, que não amava nenhum deles e só quer contar uma história”, destacou Renan.
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Malucelli passa por cima de decisão do juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba
Marcelo Malucelli revogou a decisão de Eduardo Appio, juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, que havia suspendido a ordem de prisão de Tacla Duran.
Na prática, o despacho de Malucelli decreta a prisão preventiva de Duran, passando por cima da ordem do juiz Appio que, em março, revogou a ordem para prender o advogado que havia sido ordenada em 2016 pelo então juiz Moro no âmbito da Lava Jato.
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A decisão do novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, agora revogada, se deu após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender cinco ações penais ligadas à operação, sendo que uma delas envolvia Duran.
A nova ordem de prisão emitida por Malucelli se dá semanas após a denúncia-bomba feita por Duran em depoimento ao juiz Appio acusando Moro e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que é ex-procurador da Lava Jato, de extorsão, da qual foi vítima no âmbito da operação.
O desembargador, ao emitir ordem de prisão preventiva contra Tacla Duran, acaba beneficiando Moro, alvo de denúncias graves feitas pelo advogado que prestaria novo depoimento que poderia fazer avançar a investigação contra o ex-juiz.