Em ofício enviado à presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, nesta sexta-feira (14), o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) nega que tenha decretado a prisão do advogado Rodrigo Tacla Duran. O pedido de prisão preventiva havia sido decretado por Sergio Moro (União-PR) quando ainda era o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e foi revogado no último dia 4 pelo juiz Eduardo Appio, atual responsável pelo processo.
"Por fim, reitero que em nenhum momento foi decretada por este Relator a prisão do requerente Rodrigo Tacla Duran", diz Malucelli ao fim de sua argumentação no pedido de correição feito pela corte sobre o caso.
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No entanto, ao dar explicações sobre o processo, Malucelli diz que apenas atendeu o pedido dos procuradores do Ministério Público Federal, herdeiros da Lava Jato, para revogar a decisão de Appio, pois o processo estaria suspenso pelo próprio STF.
Na prática, ao revogar a decisão de Appio, o desembargador restabelece a decisão de Moro em 2016, sobre a prisão preventiva de Tacla Duran.
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Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, que integra, como sócio, a Wolff & Moro Sociedade de Advogados, escritório de advocacia de Sergio Moro e sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (UB-SP).
A proximidade não para por aí. João Malucelli, filho do desembargador que mandou prender Tacla Dura, é "genro" de Moro - ele namora a filha do ex-juiz e hoje senador com Rosângela, a jovem Júlia Wolff Moro, que tem 22 anos.
Ele integrou a lista de 12 desembargadores nomeados por Jair Bolsonaro para o TRF-4 em novembro de 2022, quando o ex-presidente já havia perdido a eleição, mas reatado recentemente com Sergio Moro, que chegou a auxiliar o então candidato da ultradireita fascistas nos debates do segundo turno da disputa à Presidência.
Leia o ofício na íntegra.