Nesta terça-feira (28), o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB-MA) prestou depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Dino foi convocado para a comissão para esclarecer os novos decretos do governo sobre armas, sua visita ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro e o combate aos golpistas do 8 de janeiro.
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A visita tornou-se um embate entre "governo e oposição", como definiu o próprio ministro. A eloquência de Dino surpreendeu e viralizou nas redes sociais.
Confira os melhores momentos:
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1. Dino: "Horda de alimárias"
Em uma das primeiras falas de Flávio Dino ao longo da sessão da CCJ, que durou mais de 4 horas, Dino surpreendeu os ouvintes com o termo "horda de alimárias" para se referir aos atos golpistas de 8 de janeiro.
“É minha obrigação como brasileiro, e com tantos policiais sérios que enfrentaram aquelas hordas de alimárias, era enfrentar aquilo e fisicamente se necessário”, afirmou o ministro.
Alimária significa "animal irracional", ou seja, ele chamou os golpistas de estúpidos.
2. "Acaba de entrar para o meu livro de memórias"
Acusado de ter mais de 277 processos na justiça, Dino afirmou que ia tratar o questionamento do deputado André Fernandes (PL-CE) como piada.
"Eu vou contar, sou professor de direito e vou contar para os meus alunos como anedota, como piada. O senhor acaba de entrar no meu livro de memórias. Quando bota o nome, não aparece o nome de quem responde ao processo, mas de quem pediu direito de resposta, quem foi requerido, quem registrou a candidatura, quem prestou contas à Justiça Eleitoral, testemunha de processo. A essas alturas, dizer com base no Jusbrasil que respondo a 277 processos, se insere no mesmo continente mental de quem acha que a terra é plana, mais ou menos. E eu sei que você não acredita que a Terra e plana"
Veja o vídeo:
3. Ministro faz convite à Maré
Um dos temas do embate entre oposição e Dino foi a visita do ministro e ex-governador ao Complexo da Maré. Em uma fala eloquente, o ministro relembrou que políticos só visitam as comunidades e favelas em períodos eleitorais.
“Recebi o convite, já recebi outro e espero outros similares. Sempre irei, porque não é favor, é dever. Não sou traidor dos meus compromissos com a sociedade e farei audiências públicas similares nas comunidades mais pobres e simples do Brasil, porque, afinal, são os destinatários da Segurança Pública”, disse o ministro, que participou como convidado de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
“Na próxima, vou convidar os deputados federais para irem comigo, porque não é todo mundo que tem medo das comunidades mais pobres do Brasil”, completou.
Veja o vídeo:
4. Dino vs. Rosângela Moro
A deputada federal Rosângela Moro (UB-SP) questionou Flávio Dino acerca das declarações de Lula sobre a Operação Sequaz e abaixou os ânimos da morista sobre um conflito no seio do governo.
"À senhora Rosângela Moro, é um projeto que não conheço, espero que a senhora envie, mas quero dizer algo muito importante, falando no seu coração: Tudo o que eu faço no governo tem a concordância do presidente Lula, absolutamente tudo. Afirmo à senhora, por uma razão simples, eu exerço um cargo de confiança de meu chefe, e todas as ações que adoto, eu comunico ou consulto naquilo que me encaixa. E há uma prova indeclinável disso que estou dizendo: ele não me demitiu ainda. É a prova de que ele confia no meu trabalho. E eu tenho confiança no que o presidente Lula representa ao Brasil", disparou o ministro, arrancando aplausos dos deputados presentes na sessão.
5. "Não estou interessado"
Ele foi questionado por Alfredo Gaspar (UB-AL) sobre sua "macheza", ao citar o fato de que os golpistas do dia 8 de janeiro terem sido presos após o ato.
“Eu acho engraçada a indústria das fake news na política. Fizeram essa ideia de que não tinha escolta policial, o que é mentira. O senhor me pergunta se eu tenho muita macheza. Se o senhor está interessado nesse assunto, eu informo que não estou interessado nesse assunto. Sobre esse aspecto informo ao senhor: eu não tenho medo de ninguém e nem de nada”, disse o ministro.
6. "Não quebre o microfone"
Também durante o questionamento de André Fernandes (PL-CE), Dino relembrou o ataque de fúria do parlamentar contra o microfone da Câmara.
"O senhor, inclusive, é investigado no Supremo. Não quebre o microfone, por favor", disse.
7. "Eu sou obrigado a ler a Folha?"
A deputada Carolina de Toli questionou por que a Dino não processou a Folha de São Paulo. “Quero saber se o senhor já processou a Folha de S.Paulo por fake news?”, quis saber a deputada Carolina de Toli (PL-SC). “Li aqui a matéria e a Folha não afirma que eu recebi. Então não posso processar a Folha. Eu sei ler”, respondeu Dino