Assessor de Sergio Moro (União-PR) lotado no escritório de Curitiba, Fábio Bento Aguayo ganhou notoriedade nesta segunda-feira (27) ao ser citado por Rodrigo Tacla Duran que, em depoimento à Justiça Federal, pediu abertura de investigação dele com Carlos Zucolotto Junior, sócio de Rosângela Wolff Moro, em razão da tentativa de extorsão que o ex-advogado da Odebrecht relata há anos ter sofrido em negociação para uma delação premiada na Lava Jato.
Fundador e presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrapar) e diretor do Sindicato das Empresas Promotoras de Eventos do Estado do Paraná (Sindiprom), Aguayo esteve com Zucolotto em uma reunião quando Tacla Duran era vice-presidente jurídico do Sindicato dos Hotéis em São Paulo.
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É a primeira vez que Aguayo é citado nas denúncias feitas por Duran. Lobista do setor hoteleiro, o empresário foi derrotado em uma tentativa de se tornar vereador em Curitiba, pelo PSL, em 2020 e foi suplente de candidatos em outras duas eleições.
Embora conste como sócio de três empresas - a Abrapar, fundada por ele, o El Rancho Maria Bar e uma empresa de serviços de apoio administrativo -, Aguayo nunca declarou bens à justiça eleitoral.
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Na última eleição, em 2020 pelo PSL, Aguayo afirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter recebido R$ 176.473,87 - a maioria oriunda do próprio partido - e gastado R$48.590,00.
Assessor de Moro desde a campanha
Na política, Aguayo sempre transitou nos bastidores. Iniciou no PV, passou pelo Podemos junto com o casal Moro e com Sergio e Rosângela migrou para o União Brasil, causando a fúria de Álvaro Dias, que reclamou em setembro de 2022 sobre o apoio da falta de apoio do empresário.
A reclamação foi feita pelo blog do jornalista Marc Sousa, da Jovem Pan / TV Record de Curitiba, o mesmo que divulgou na semana passada um documento potencialmente falso sobre doação do PCC ao site The Intercept Brasil horas antes de entrevistar Moro ao vivo, na esteira das investigações da Polícia Federal.
Nas redes sociais, Aguayo mostra que assessorou Moro em diversas agendas na mídia e também em entidades representativas, especialmente do setor de turismo, durante a campanha. Autoproclamado "latino Americano, Aquariano, Vascaíno, um bom lutador pelos empreendedores do Turismo, Gastronomia e Entretenimento, Sociedade Cívil/Contribuintes", ele não esconde seu estilo de vida e o gosto por charutos e vinhos.
“Quando poucos acreditavam em Moro eu já estava com ele, vou seguir acreditando. O Brasil precisa de moralidade e Moro representa isso”, disse ele, também ao blog de Marc Souza, ao se filiar ao União Brasil.
Após a eleição, Moro teria tentado emplacar o amigo como secretário de Estado do Trabalho no governo Ratinho Jr, no Paraná. No entanto, teria tomado uma negativa do governador por não incluir a direção nacional do partido na negociação.
Depois da tentativa frustrada, em janeiro, de ganhar o cargo no governo estadual, Aguayo foi empregado por Bolsonaro no gabinete de Curitiba, com um salário de R$ 4.674,28 mensais - valor baixo, tratando das credenciais do assessor.
Após ter seu nome exposto por Tacla Duran, Aguayo mantém silêncio nas redes, se limitando a compartilhar tuites do patrão e ataques a Lula, enquanto aguarda ser chamado - ou não - pela justiça a prestar esclarecimentos.