O advogado Rodrigo Tacla Duran, que teve o pedido de prisão relaxado pelo novo juiz da 13ª Vara de Curitiba, Eduardo Fernando Appio, sugeriu durante depoimento nesta segunda-feira (27) que o compadre de Sergio Moro, o advogado Carlos Zucolotto Junior, e o assessor do hoje senador, Fabio Aguayo, sejam investigados por tentativa de extorsão.
Nenhum deles tem foro privilegiado.
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Durante a audiência, Tacla Duran enviou um áudio e uma foto que seriam indícios de que foi vítima de tentativa de extorsão.
Ele contou ao juiz que, quando era vice-presidente jurídico do Sindicato dos Hotéis em São Paulo recebeu a visita de Aguayo e Zucolotto.
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Os dois teriam tentado convencer Tacla Duran a contratar para sua defesa a Zucolotto Advogados, do compadre de Sergio Moro.
Num áudio, um advogado do sindicato confirma a presença de ambos: “Apresentou que era do Moro. Fiquei só observando, né?”.
Duran definiu Zucolotto como “sócio” de Moro, uma vez que o hoje senador é casado em comunhão de bens com a hoje deputada federal Rosângela Moro, que foi sócia do escritório de advocacia.
Este foi o primeiro depoimento oficial de Tacla Duran à Justiça brasileira. Em entrevistas anteriores, ele disse que Zucolotto teria pedido U$ 5 milhões para melhorar as condições em que faria delação premiada, além de recuperar U$ 10 milhões que o advogado tinha no exterior.
Um pagamento de 612 mil dólares teria sido feito a outro advogado, Marlus Arns, também envolvido com o mesmo escritório do compadre de Moro.
Ao ouvir o depoimento de Tacla Duran, o juiz disse que, por causa da prerrogativa de foro, não poderia ouvir detalhes da fala do advogado sobre as acusações feitas hoje ao senador Sergio Moro e ao deputado federal Deltan Dallagnol.
Porém, uma delegada da Polícia Federal acompanhou a audiência e trocou informações para ouvir o depoimento de Tacla Duran.
Fabio Aguayo foi cabo eleitoral da campanha de Moro ao Senado no Paraná. Ele foi candidato a vereador em Curitiba pelo PSL em 2020, gastou R$ 48.604,00 mas obteve apenas 1.027 votos e ficou como suplente.
Hoje, ele é assessor parlamentar de Sergio Moro no Senado, com salário de 4.674,28 mensais.
Tacla Duran mora na Espanha, mas durante a audiência de hoje disse que está disposto a voltar ao Brasil para colaborar com a investigação.
Segundo ele, a extorsão de testemunhas era “prática comercial” da Lava Jato. Tacla Duran diz que já depôs em processos relativos à Odebrecht em vários países e que faz parte do programa de proteção de testemunhas da Interpol.