Os ministros Sílvio Almeida, dos Direitos Humanos, e Camilo Santana, da Educação, inovaram nesta terça-feira (17) na hora de gravar um vídeo de apoio a Patrícia Linares, a estudante de biomedicina da Unisagrado, em Bauru (SP), que foi hostilizada por três colegas pelo fato de ter 44 anos. “Era para estar aposentada”, disse uma das alunas.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, que traz um diálogo entre os ministros, o objetivo é - além de prestar solidariedade à estudante - esclarecer alguns temas que dizem respeito ao caso como o direito à educação e o papel das universidades em formar cidadãos comprometidos com a democracia e o combate às opressões.
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Sílvio Almeida começa: “Estou aqui para prestar solidariedade a uma estudante de uma universidade de Bauru, no interior de São Paulo, que foi desrespeitada por colegas de sala por supostamente estar fora da idade para cursar uma universidade. Uma mulher que assim como milhões de outras brasileiras acabam por colocar em segundo plano a sua formação e carreira para cuidar da família e das atividades de casa. A ela e a tantas outras mulheres nós reforçamos: nunca é tarde para aprender e é sempre tempo para respeitar. O etarismo, assim como o sexismo, a LGBTfobia e o racismo só ameaçam a nossa democracia, especialmente nas redes sociais, gerando diversos tipos de violência. Não é mesmo, ministro Camilo Santana?”
Camilo Santana, ministro da Educação, responde: “É isso mesmo ministro Sílvio Almeida. E nós, do Ministério da Educação, queremos somar nossa voz à indignação coletiva que se instaurou como reação ao lamentável episódio. A sociedade não pode esquecer, sob o peso de uma brincadeira de mau gosto, que o direito à educação é cláusula pétrea da Constituição Brasileira, estendido a todos e todas em qualquer tempo ou idade. Um direito reforçado também pela lei de diretrizes e bases da educação, reconhecido globalmente por inúmeros tratados internacionais como um direito humano e intimamente vinculado ao fortalecimento da democracia, da justiça social, da igualdade e do trabalho. O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos estabelece ainda que o ambiente escolar, em qualquer nível, seja propício à garantia de promoção de uma cultura que combata qualquer tipo de preconceito, inclusive o etarismo”.
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Em seguida, Sílvio Almeida volta e dá sequência ao diálogo: “Estamos construindo políticas públicas que sejam capazes de realmente abraçar todas as pessoas. É imprescindível que o direito à educação seja visto e reconhecido como um direito humano”.
“Que este lamentável episódio nos leve à reflexão sobre as dimensões e o papel das universidades de formar cidadãos comprometidos e alinhados às funções sociais da educação”, conclui o ministro da Educação.