Mansa e com um tom diferente do que costuma usar nos embates nas redes sociais e nas ruas - onde responde a processo por perseguir um homem negro armado na véspera da eleição -, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) retornou às redes sociais no fim da noite desta terça-feira (7).
"É importante que comecemos o ano retomando a normalidade constitucional, respeitando sempre as posições diversas que ajudam a solidificar a nossa democracia", tuitou a deputada, aliada de Jair Bolsonaro (PL), de quem se distanciou após ser acusada pelo clã de ser uma das principais responsáveis pela derrota na eleição presidencial.
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Investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela perseguição armada em São Paulo e com ligações estreitas com terroristas e financiadores dos atos de 8 de Janeiro, Zambelli teve seus perfis nas redes desbloqueados por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Na decisão, Moraes considerou que Zambelli parou de propagar postagens que poderiam tumultuar o processo eleitoral. Porém, observou que o discurso em favor da liberdade de expressão não pode ser usado como “escudo protetivo para a prática de discursos de ódio, antidemocráticos, ameaças, agressões, infrações penais e toda a sorte de atividades ilícitas”.
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O magistrado fixou, também, multa diária de R$ 20 mil, caso Zambelli insista na divulgação de conteúdos já bloqueados ou “mensagens incentivadoras de golpe militar, atentatórios à Justiça Eleitoral e ao Estado democrático de direito”.
Nesta terça-feira, a deputada se viu envolvida em mais um imbróglio, que deve ser alvo de investigação.
Em entrevista ao Brazilian Post, Walter Delgatti, conhecido como “Hacker de Araraquara”, disse que presta serviços para a deputada federal bolsonarista.
De acordo com ele, seu salário é de R$ 6 mil, “que por sinal está atrasado”, para gerir as redes sociais da deputada. Ele teria, entre outras incumbências, a missão de tentar acessar o aparelho celular de Alexandre de Moraes.
Delgatti teria atuado junto aos militares que rastrearam o sistema de votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar encontrar fraudes nas urnas eletrônicas.
O hacker teria aberto uma empresa, a Delgatti Desenvolvimento de Sistemas, no dia 22 de agosto - logo após a reunião com Bolsonaro - para prestar serviços.
Na reunião com Bolsonaro, Delgatti teria se aliado ao discurso de fraude dizendo que é contra as urnas eletrônicas porque "elas não conseguirão mais se defender porque quem está falando agora é o mesmo que eles chancelaram na Lava Jato".