ATAQUE À DEMOCRACIA

“Golpe tabajara”: Alexandre de Moraes quebra o silêncio e parte pra cima dos bolsonaristas

O ministro do Supremo Tribunal Federal participou de evento e falou pela primeira sobre o ataque do 8 de janeiro

“Golpe tabajara”: Alexandre de Moraes quebra o silêncio e parte pra cima dos bolsonaristas.Créditos: Agência Brasil
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes participou nesta sexta-feira (3) de um evento organizado pela Lide e quebrou o silêncio sobre a tentativa de golpe orquestrada e realizada por bolsonaristas no dia 8 de janeiro deste ano. 

Para o ministro, o que aconteceu no dia 8 de janeiro foi uma "tentativa Tabajara de golpe". O termo usado por Moraes faz referência às Organizações Tabajara, empresa fictícia criada pelo grupo de humor Casseta & Planeta, que hoje é usado para indicar qualquer tipo ação ou empresa picareta. 

Moraes revelou detalhes do encontro que teve com o senador Marcos do Val. "Ele solicitou uma audiência como outros deputados e senadores, eu o recebi no Salão Branco [do Supremo]. Eles tiveram a ideia genial de colocar uma escuta no senador [para grampeá-lo e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar minha retirada da presidência dos inquéritos [das fake news e atos antidemocráticos]", disse Moraes. 

O ministro afirmou que a Polícia Federal seguirá investigando. "As investigações da Polícia Federal continuarão e vamos analisar a responsabilidade de todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe. Temos informações adiantadíssimas sobre os financiadores, desde o ano passado", revelou. 

Além disso, Moraes fez críticas diretas aos bolsonaristas golpistas e reforçou que as pessoas podem criticar ministro da Corte, mas não podem "agredir verbalmente ou fisicamente um ministro do Supremo, ameaçar a família de ministros". 

"Os golpistas confundem a liberdade de expressão de poder criticar os ministros e suas decisões a poder ameaçá-los de morte na frente de sua casa. As pessoas que agem assim devem ser presas e responsabilizadas. Só assim vão aprender", declarou o ministro da suprema Corte. 

Por fim, Moraes afirmou que o momento mecanismos mais duros contra parlamentares que atentam contra a democracia. "Temos instrumentos para ataques externos à democracia, como lei marcial, um fortalecimento do Executivo em situações emergenciais. Isso vem desde a Roma Antiga. Mas como tratar das agressões internas, da corrosão da democracia? Há a necessidade de novos instrumentos normativos. Essas autoridades precisam ser mais rapidamente responsabilizadas", analisou.