A Polícia Federal finalmente conseguiu acessar o celular de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro preso em 14 de janeiro por suspeita de conivência com o terrorismo bolsonarista instalado em Brasília em 8 de janeiro. Mas se engana quem pensa que Torres tenha colaborado com a investigação e pedido que pessoas próximas entregassem o aparelho. Na verdade, os peritos da PF tiveram que dar “um jeitinho” para acessar os dados do telefone.
Quando teve sua prisão decretada, horas depois de uma minuta golpista que previa a intervenção do então presidente Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ser encontrada em sua residência pela PF, Torres ainda se encontrava nos EUA onde disse que passava férias com a família. Ele foi preso no aeroporto de Brasília logo que desembarcou no Brasil mas na ocasião não estava de posse do celular. À PF, alegou que havia perdido o aparelho.
Te podría interesar
Não satisfeitos com a alegação de Torres, os peritos pediram autorização da prestadora de serviços contratada pelo bolsonarista, a fim de poderem acessar remotamente os dados do aparelho, através da chamada nuvem. Após a autorização ser concedida, fizeram a análise do conteúdo e chegaram a conclusão que nos dados que puderam resgatar não haveria nada relevante para o inquérito.
Os dados de Torres estavam armazenados em uma conta familiar e estariam mais vinculadas à vida privada e doméstica do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal do que a sua vida pública. Mas a história não acabou. De acordo com os policiais, sem ter acesso direto ao aparelho, é impossível descobrir se Torres teria ou não apagado informações sensíveis.
Te podría interesar
A investigação quer apurar a atuação de Anderson Torres durante os ataques de 8 de janeiro, além de buscar mais informações sobre o autor e o caminho percorrido pela chamada minuta golpista. Em depoimento, Torres classificou o documento como “descartável” e minimizou seu caráter prático.
*Com informações do G1.