O general Hamilton Mourão (Republicanos), atualmente senador pelo Rio Grande do Sul, gastou quase R$ 4 milhões no cartão corporativo quando foi vice-presidente da República, entre 2019 e 2022, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dados foram obtidos pela agência Fiquem Sabendo por meio da Lei de Acesso à Informação.
Mourão gastou R$ 427,2 mil em 2019, R$ 700,7 mil em 2020, R$ 1,14 milhão em 2021 e R$ 1,6 milhão em 2022, apresentando uma alta de 280% entre o primeiro e o último ano de mandato.
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Sua maior despesa ocorreu durante hospedagem no hotel InterContinental, em São Paulo. Na ocasião, em setembro de 2022, ele gastou R$ 38.100,50. Seu segundo maior gasto foi em novembro de 2021, em nova hospedagem, dessa vez no Atlântica Hotels International, em Belém (PA). O valor total gasto foi de R$ 31 mil.
Em termos gerais, Mourão apresentou gastos milionários com alimentação (R$ 1,6 milhão) e hospedagem (R$ 1,4 milhão) ao longo dos quatro anos. Na sequência vieram os gastos com serviços técnicos, administrativos e operacionais (R$ 331 mil), serviços médicos e odontológicos (R$ 113 mil) e material para reforma de imóveis (R$ 69 mil).
Mas não foi apenas no cartão corporativo que o ex-vice-presidente torrou o dinheiro público. Nomeado para chefiar o recém criado Conselho Nacional para a Amazônia Legal (CNAL) em 2020, o general utilizou R$ 550 milhões em verbas públicas para manter três operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia, entre 2020 e 2021, com o objetivo declarado de reduzir as agressões ambientais.
No entanto, as operações foram um verdadeiro fiasco e o que se viu no período foram recordes de desmatamentos e episódios de violência como os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, além da chegada de milhares de garimpeiros à Terra Indígena Yanomami em 2021, iniciando o que hoje é investigado como o genocídio deste povo.