Comandados por Nikolas Ferreira (PL-MG) e Júlia Zanatta (PL-SC), parlamentares e armamentistas derramaram um rio de lágrimas nas redes sociais no final da noite desta quarta-feira (6) após o plenário da Câmara dos Deputados rejeitar por 254 votos a favor e 156 contra a tramitação em regime de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 3/23, do deputado Sanderson (PL-RS), que pretendia suspender o decreto 11.366/23 de Lula, que restringe o acesso de civis a armas e munição.
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No total, eram necessários 257 votos a favor para que o PDL entrasse em regime de urgência, que acelera a tramitação da proposta no legislativo.
"Dificilmente venho aqui dizer sobre votos. Mas perder por 3 votos, uma urgência de um tema caríssimo pro Brasil é revoltante. Ainda mais quando poderia ter sido evitado com votos da oposição - ou “oposição”. Inacreditável a falta de comprometimento de alguns deputados. Seguimos", lamentou Ferreira.
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Em vídeo divulgado nas redes já na madrugada desta quinta-feira (7), Júlia Zanatta expôs a frustração dos deputados da extrema-direita e afirmou que a rejeição do PDL se deu por "negligência e traição".
Mesmo com o porte de armas cassado e ré em ação de perseguição armada a um jornalista negro às vésperas da eleição em 2022, Carla Zambelli (PL-SP) disse ter votado "sim pela legítima defesa" mesmo estando em Israel.
"Mesmo aqui em Israel (4h manhã), votei SIM pela legítima defesa. Essa derrota é péssima para o país, muita gente deixou de votar e perdemos por 3 votos, com isso não conseguimos as 257 assinaturas, é uma pauta importante para o nosso país. Agora, precisamos trabalhar para vencer o mérito", escreveu.
Em meio às tratativas para cooptar até mesmo deputados da base do governo, os parlamentares aliados de Jair Bolsonaro (PL) tentaram incluir outras duas medidas no PDL para tentar reverter as medidas de Lula contra o armamento.
Os apensados buscavam derrubar portaria do Ministério da Justiça que transferiu o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) do Exército para a Polícia Federal e um decreto de Lula que revogou uma série de normas do governo Jair Bolsonaro para ampliar o acesso da população a armas de fogo e munição.
Veja os principais pontos do decreto de Lula sobre a política armamentista imposta por Bolsonaro:
- reduz a quantidade de armas e munição que podem ser acessadas por civis para defesa pessoal;
- diminui o número de armas e munição que podem ser adquiridos pelos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores);
- proíbe CACs de transitarem com armas municiadas;
- restringe o funcionamento de clubes de tiro;
- retoma regras de distinção entre armas de uso de órgãos de segurança e armas para cidadãos comuns;
- diminui a validade dos registros de armas de fogo;
- prevê a migração do controle de armas do Exército para a PF.