O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) se desesperou com a investigação que será aberta pela Polícia Federal (PF) para apurar ameaças de morte feitas por usuários das redes sociais contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O parlamentar de extrema direita vem fazendo uma série de postagens no X (antigo Twitter) na tentativa de se desvincular das ameaças, proferidas por seus seguidores a partir de uma postagem que havia feito incitando o ódio contra o chefe do Executivo.
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"A PF não disse que irá me investigar, mas sim a pessoa que comentou em um post meu ameaçando o Lula. Por óbvio: não sou responsável por nenhum comentário feito por terceiros nas minhas redes. O que passar disso é narrativa e desespero. Tentem na próxima. Abraços", escreveu Nikolas nesta quarta-feira (27).
Na sequência, o extremista prosseguiu com seus esclarecimentos, demonstrando preocupação com a repercussão da investigação da PF e seus possíveis desdobramentos.
"Resumo: - Um cara comentou em um post meu do Twitter “ameaças” contra o Lula. - PF disse que irá investigar ele e outros. - Mídia lança manchetes relacionando os comentários a mim (como se eu fosse responsável) - CNN divulga que haverá apuração do meu envolvimento. Chegar a ser constrangedor a tentativa de gerar narrativas e desgastes contra meu nome. Vão capinar um lote".
Entenda o caso
Interino no comando do Ministério da Justiça durante as férias de Flávio Dino - que deixa a pasta no dia 8 de janeiro para assumir uma cadeira no STF -, Ricardo Cappelli anunciou investigação da Polícia Federal (PF) de ameaças feitas por seguidores de Nikolas Ferreira ao presidente Lula, a partir de publicação em que incita o ódio contra o o mandatário.
Na publicação em questão, o deputado bolsonarista usa um print de reportagem do Estadão que diz que "Lula confirma virada do ano em 'praia privativa' controlada pelas Forças Armadas" para destilar ódio lançando uma ironia: "O pai dos pobres, popular e amado pelo povo".
Nos comentários do post, então, um seguidor de Nikolas convocou uma "vaquinha" para "pagar um mercenário com um rifle de precisão" sugerindo o assassinato de Lula. Outras ameaças vieram à tona a partir de então.
"Estou encaminhando hoje à Polícia Federal determinação para que apure ameaça feita ao presidente @LulaOficial nas redes sociais fazendo alusão a "rifle de precisão" e "vaquinha para tal". As redes sociais não são e não serão um terreno de incentivo a crimes contra as autoridades", afirmou Cappelli na rede X.
Após a repercussão do caso, o usuário identificado como André Luiz admite que errou, mas debochou da decisão do Ministério da Justiça de investigá-lo. "Diante dos últimos ocorridos, podemos chegar a uma conclusão: eu errei? Sim! Eu contrataria um mercenário para eliminar um Presidente da República? Não, afinal, gastaria o dinheiro em outra coisa".