Após o Ministério da Justiça afirmar que investigará um dos seguidores de Nikolas Ferreira (PL-MG) que convocou uma "vaquinha" para "pagar um mercenário com um rifle de precisão" sugerindo o assassinato de Lula, ao menos duas novas ameaças de morte ao presidente foram feitas na publicação em que o deputado bolsonarista incita o ódio.
Na publicação, Nikolas Ferreira usa um print de reportagem do Estadão que diz que "Lula confirma virada do ano em 'praia privativa' controlada pelas Forças Armadas" para destilar ódio lançando uma ironia: "O pai dos pobres, popular e amado pelo povo".
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A postagem na rede X, antigo Twitter, às 15h23 desta terça-feira (26) incitou os seguidores, que começaram os ataques ao presidente. Mesmo após o ministro interino da Justiça, Ricardo Cappelli, anunciar que determinou à Polícia Federal que investigue o caso, as ameaças continuaram.
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Mestre em Geopolítica e influenciador na rede, Vinicius Betiol registrou ao menos duas dessas ameaças.
"Que oportunidade pros drones de Israel fazerem uma visitinha na tal praia", escreveu seguidor Armindo Blodorn - @ArmindoBlo52330 - em nova ameaça.
Em outros comentários na rede, o perfil já teria sugerido "colocar uma bomba" sob a mesa onde Lula se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal. Em outra, defendeu o enforcamento e assassinato de ministros da corte.
Em outro comentário no post de Nikolas Ferreira, o seguidor Daniel pop - @Daniel_pop8 - fez nova ameaça dizendo "matar um bandido que nem o Lula não é crime, é legítima defesa".
"O extremista continua e nada do X derrubar a conta dele. Está mais do que na hora de termos uma legislação para criar obrigações de segurança que as plataformas precisem seguir", afirmou Betiol ao denunciar a nova ameaça.
Em outro comentário em publicação do pastor Alexandre Gonçalves, o mesmo Daniel pop ameaçou: "mas na Bíblia diz que pode matar um ladrão que veio ti (SIC) roubar, então pode fuzilar o Lula de boa" - veja os tuites com as denúncias ao final da reportagem.
Investigação
Interino no comando do Ministério da Justiça durante as férias de Flávio Dino - que deixa a pasta no dia 8 de janeiro para assumir uma cadeira no STF -, Ricardo Cappelli anunciou a investigação do primeiro perfil, identificado como André Luiz (@Andre_Luiz_021), que fez as ameaças.
"Estou encaminhando hoje à Polícia Federal determinação para que apure ameaça feita ao presidente @LulaOficial nas redes sociais fazendo alusão a "rifle de precisão" e "vaquinha para tal". As redes sociais não são e não serão um terreno de incentivo a crimes contra as autoridades", afirmou Cappelli na mesma rede.
Após a repercussão do caso, o usuário identificado como André Luiz admite que errou, mas debochou da decisão do Ministério da Justiça de investigá-lo. "Diante dos últimos ocorridos, podemos chegar a uma conclusão: eu errei? Sim! Eu contrataria um mercenário para eliminar um Presidente da República? Não, afinal, gastaria o dinheiro em outra coisa".
Veja os tuites das ameaças capturados por Vinicius Betiol.