A retumbante bordoada que o deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ) deu na cara do colega bolsonarista Messias Donato (Republicanos-ES), que agressivamente tentou tomar o celular de suas mãos enquanto ele fazia uma gravação durante a promulgação da Reforma Tributária, no Congresso Nacional e na presença do presidente Lula (PT), segue gerando repercussão no mundo político.
Quaquá, que é uma figura bastante controversa até mesmo dentro da esquerda, registrava a baderna incivilizada e os insultos que a bancada de extrema direita disparava contra o chefe de Estado em plena sessão solene, com o Congresso cheio, quando Donato, bem ao estilo bolsonarista, resolveu que tomaria o aparelho telefônico das suas mãos. O radical ultrarreacionário, na companhia da patota que idolatra o ex-presidente extremista, chegou ainda a subir no plenário da Câmara, horas depois, para chorar como criança e se dizer humilhado com o ato, obviamente ignorando todo tipo de humilhação e violência empregadas por seu campo político contra os opositores, a quem classificam abertamente como “inimigos”.
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Em contato com o blog da jornalista Andréia Sadi, do g1 e da GloboNews, Quaquá foi questionado nesta quinta-feira (21) se estaria arrependido do gesto agressivo. Pela resposta, o parlamentar de esquerda pareceu bem convicto do que fez.
“Dei tapa e daria três, quatro, se precisasse. Eu fui filmar para representar no Conselho de Ética contra o Nikolas e esse outro deputado que eu não conhecia tentou tirar celular da minha mão [...] eu dei um tapa e daria quantos fossem necessários porque não abaixo a cabeça para fascista”, disparou.
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Nas redes, mais cedo, Quaquá já tinha mandado um recado para Donato, depois da cena em que ele aparece às lágrimas lamentando o tapa. “Bolsonarista e fascista chorão! Adora xingar e agredir os outros. Mas não aguenta uma porrada!”, provocou o petista.
Ainda na noite de quarta-feira (20), momentos após a bofetada e com o clima tenso na Câmara dos Deputados, o parlamentar fluminense emitiu uma nota para justificar a agressão e reiterou que não será covarde contra os fascistas que infestam a casa legislativa.
"Em relação ao incidente ocorrido, esclareço que minha reação foi desencadeada por uma agressão anterior. O deputado proferia ofensas contra o presidente da República quando liguei a câmera do celular com a intenção de produzir prova para um processo. Foi quando fui empurrado e tive o braço segurado para evitar a filmagem... Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita e sempre reagirei para me defender. Bateu, levou", sinalizou.