O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido por apoiadores do presidente Lula em uma carreata no bairro de Alecrim, em Natal (RN), capital potiguar, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu mais votos no segundo turno das Eleições de 2022. O público "fez o L" para Bolsonaro, neste sábado (2).
Rindo que Bolsonaro foi testar a popularidade dele no Alecrim, bairro de comércio popular em Natal, e quase terminou fazendo o L. pic.twitter.com/kgexhSfFOo
— médico de postinho (@luizpaulor) December 2, 2023Te podría interesar
Bolsonaro esteve em cima de uma caminhonete em uma rua comercial e recebeu gritos de apoiadores do presidente Lula, que fizeram o sinal de "L" com as mãos, usado por apoiadores do presidente desde o último pleito.
O ex-presidente, hoje inelegível, esteve nas ruas da capital do Rio Grande do Norte para testar sua popularidade em um dos principais redutos lulistas.
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Em Natal, Lula recebeu 246.881 votos na cidade, equivalente a 52,96% do total de eleitores, enquanto o adversário teve cerca de 219 mil votos.
A inelegibilidade de Bolsonaro
Bolsonaro não está elegível para cargos de representação pública até o pleito de 2030. Em 30 de junho de 2023, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro por oito anos, a partir das eleições de 2022.
As razões da inelegibilidade de Bolsonaro foram o reconhecimento de prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião no Palácio do Alvorada com embaixadores estrangeiros, em 18 de julho de 2022.
Com os diplomatas, houve desvio de finalidade na conduta de Bolsonaro ao defender uma pauta pessoal e eleitoral faltando três meses para a eleição, de acordo com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. O discurso teria instigado seus eleitores contra o processo eleitoral e o sistema de votação eletrônica – as urnas.
Na reunião, Bolsonaro argumentou que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, têm simpatia por Lula; mencionou a adoção do voto impresso e afirmou que as urnas eletrônicas completaram automaticamente o voto do PT nas Eleições de 2018 – na qual saiu vencedor com quase 58 milhões de votos.
A decisão ocorreu por maioria de votos, 5 a 2. Os ministros Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques Neto, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes votaram pela inelegibilidade, enquanto Raul Araújo e Kassio Nunes Marques foram a favor da liberdade da acusação.
Em setembro, o ministro votou para rejeitar o recurso de Jair Bolsonaro contra a decisão de inelegibilidade por oito anos, determinada junho deste ano. Relator do caso, Gonçalves justificou seu voto:
O persistente empenho do embargante em tratar a minuta de decreto de estado de defesa como elemento decisivo para a declaração de inelegibilidade não encontra lastro no julgamento.